sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Oráculo de Delfos
Saiba o que é, história, cultura grega, religião grega, função
Definição
O Oráculo de Delfos foi um grande local sagrado da Grécia Antiga, dedicado ao deus Apolo (deus da luz, sol, profecia e verdade).
Ele se localizava no pé do Monte Parnaso (região central da Grécia). No centro do oráculo havia um grande templo em homenagem ao deus Apolo.
Os gregos recorriam ao oráculo para perguntar aos deuses sobre problemas cotidianos, questões de guerra, vida sentimental, previsões de tempo, etc. Os gregos acreditavam que os deuses ficavam neste oráculo, junto com ninfas e musas, orientando as pessoas.
O Oráculo de Delfos tornou-se, na antiguidade clássica, um dos mais importantes centros religiosos da Grécia Antiga. Hoje, suas ruínas atraem muitos turistas do mundo todo.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Deméter
Deméter: deusa da agricultura e da colheita
Quem era
Na mitologia grega, Deméter era a deusa da agricultura e da colheita. Era ela quem nutria a terra com a vegetação verde. Era considerada também como a deusa protetora do casamento e da lei sagrada. Era venerada como a responsável pelas estações do ano. Deméter e sua filha Perséfone eram as principais personagens dos mistérios eleusinos (rituais de iniciação realizados na cidade grega de Eleusis).
Genealogia
De acordo com a genealogia dos deuses gregos, Deméter era filha de Crono (titã) e Rea (titanide). Desta forma, Deméter era irmã de Zeus (deus dos deuses).
As sacerdotisas (responsáveis pelo culto à deusa) de Deméter eram chamadas de melissas.
Representação
Deméter era representada (em pinturas e escultras), muitas vezes, subindo em um carro com uma grande quantidade de produtos agrícolas como, por exemplo, grãos, flores e frutos.
Curiosidade:
- Na mitologia romana, Deméter era chamada de Ceres.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Heróis Gregos
Quem eram, os principais heróis da mitologia grega, poderes especiais, feitos heróicos, semi-deuses
Introdução
Na mitologia grega, os heróis (semi-deuses) eram personagem que estavam numa posição intermediária entre os homens e os deuses gregos. Possuíam poderes especiais superiores aos dos humanos (força, inteligência, velocidade), porém eram mortais. De acordo com a mitologia grega, os heróis eram filhos de deuses com seres humanos
Conhecendo os heróis gregos
Os heróis aparecem em várias histórias mitológicas da Grécia Antiga. Utilizando suas capacidades especiais, são capazes de vencer monstros, combater vários guerreiros inimigos e atuar em missões que seriam impossíveis aos mortais. Por outro lado, os heróis apresentavam alguns defeitos humanos (psicológicos e corporais).
Principais hérois da mitologia grega e seus feitos
- Aquiles: participou do cerco da cidade de Tróia, ajudando na vitória grega. Era um excelente guerreiro, com muitas qualidades nesta área. Seu ponto fraco era o calcanhar. Morreu ao ser atingido neste local, por uma flecha arremessada por Paris. Este evento ocorreu durante a Guerra de Tróia.
- Herácles (Hércules) - a força física era a principal qualidade deste herói. Suas façanhas estão presentes nas histórias sobre os Doze Trabalhos de Hércules. Derrotou monstros e cumpriu vários desafios que seriam impossíveis para os humanos. Era filho de Zeus e Alcmena.
- Teseu - venceu o Minotauro no labirinto de Creta.
- Agamenon - guerreiro valente e forte, foi o guerreiro comandante na Guerra de Tróia.
- Perseu - foi o herói que conseguiu decapitar a Medusa.
- Ajax: herói guerreiro que também atuou nas batalhas da Guerra de Tróia.
- Édipo: único a conseguir, com sua inteligência superior, decifrar o enigma da Esfinge. Tounou-se rei de Tebas.
- Cadmo: venceu o dragão que controlava a cidade de Tebas.
- Atlanta: heroína grega que participou da caçada ao javali de Caridon.
Who was, the main heroes of mythology Greek, powers special, heroic, half-deuses facts Introduction In mythology Greek, the heroes (half-deuses) were personage who were in an intermediate position between the Greek men and deuses. Possuíam to be able special superiors to the ones of the human beings (force, intelligence, speed), however was mortal. In accordance with mythology Greek, the heroes were children of deuses with human beings Knowing the heroes Greek The heroes appear in some mitológicas histories of Old Greece. Using its capacities special, they are capable to win monsters, to fight some enemy warriors and to act in missions that would be impossible to the mortals. On the other hand, the heroes presented some human defects (psychological and corporal). Main heroes of mythology Greek and its facts - Aquiles: Greek participated of the wall of the city of Troy, helping in the victory. He was an excellent warrior, with many qualities in this area. Its weak point was the heel. It died to the being reached in this place, for an arrow hurled for Paris. This event occurred during the War of Troy. - Herácles (Hércules) - the physical force was the main quality of this hero. Its exploits are gifts in histories on the Twelve Works of Hércules. It defeated monsters and it fulfilled some challenges that would be impossible for the human beings. He was son of Zeus and Alcmena. - Teseu - the Minotauro in the labyrinth of Crete was successful. - Agamenon - warlike brave and fort, were the warlike commander in the War of Troy. - Perseu - he was the hero who obtained to decapitate the Jellyfish. - Ajax: warlike hero who also acted in the battles of the War of Troy. - Édipo: only to obtain, with its superior intelligence, to decipher the enigma of the Esfinge. Tounou king of Tebas. - Cadmo: it won the dragon that controlled the city of Tebas. - Atlanta: heroine Greek who participated of the hunted one to the wild boar of Caridon.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Deuses Gregos
Mitologia e religião grega, deuses da Grécia Antiga, panteão grego, características e representações.
Na Grécia Antiga, as pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses. Estes, apesar de serem imortais, possuíam características de comportamentos e atitudes semelhantes aos seres humanos. Maldade, bondade, egoísmo, fraqueza, força, vingança e outras características estavam presentes nos deuses, segundo os gregos antigos. De acordo com este povo, as divindades habitavam o topo do Monte Olimpo, de onde decidiam a vida dos mortais. Zeus era o de maior importãncia, considerado a divindade seprema do panteão grego. Acreditavam também que, muitas vezes, os deuses desciam do monte sagrado para relacionarem-se com as pessoas. Neste sentido, os heróis eram os filhos das divindades com os seres humanos comuns. Cada cidade da Grécia Antiga possuía um deus protetor.
Cada entidade divina representava forças da natureza ou sentimentos humanos. Poseidon, por exemplo, era o representante dos mares e Afrodite a deusa da beleza corporal e do amor. A mitologia grega era passada de forma oral de pai para filho e, muitas vezes, servia para explicar fenômenos da natureza ou passar conselhos de vida. Ao invadir e dominar a Grécia, os romanos absorveram o panteão grego, modificando apenas os nomes dos deuses.
Conheça abaixo uma relação das principais divindades da Grécia Antiga e suas características.
Nome do deus O que representava
Zeus rei de todos os deuses
Afrodite amor
Ares guerra
Hades mortos
Hera protetora das mulheres, do casamento e do nascimento
Poseidon mares e oceanos
Eros amor, paixão
Héstia lar
Apolo luz do Sol, poesia, música, beleza masculina
Ártemis caça, castidade, animais selvagens e luz
Deméter colheita, agricultura
Dionísio festas, vinho
Hermes mensageiro dos deuses, protetor dos comerciantes
Hefesto metais, metalurgia, fogo
Crono tempo
Gaia planeta Terra
Mythology and religion Greek, deuses of Old Greece, Greek panteão, characteristics and representations. In Old Greece, the people followed a religion politeísta, that is, they believed several deuses. These, although to be immortal, possuíam characteristic of behaviors and similar attitudes to the human beings. Badness, goodness, egoism, weakness, force, revenge and other characteristics were gifts in deuses, Greek according to old. In accordance with this people, the deities inhabited the top of the Olimpo Mount, of where they decided the life of the mortals. Zeus was of importãncia greater, considered the deity seprema of the Greek panteão. They also believed that, many times, deuses went down of the sacred mount to become related with the people. In this direction, the heroes were the children of the deities with the common human beings. Each city of Old Greece possuía a protective god. Each divine entity represented human forces of the nature or feelings. Poseidon, for example, was the representative of the seas and Afrodite the goddess of the corporal beauty and the love. Mythology Greek was last of verbal form of father for son and, many times, served to explain phenomena of the nature or to pass life advice. When invading and dominating Greece, the Romans had absorbed the Greek panteão, modifying only the names of deuses. He knows below a relation of the main deities of Old Greece and its characteristics. Name of the god What it represented Zeus king of all deuses Afrodite love Airs war Hades dead Protective Hera of the women, the marriage and the birth Poseidon seas and oceans Eros love, passion Héstia home Apolo light of the Sun, poetry, music, masculine beauty Ártemis hunts, chastity, wild beasts and light Deméter harvest, agriculture Dionísio parties, wine Hermes messenger of deuses, protector of the traders Hefesto metals, metallurgy, fire Crono time Gaia planet Land
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Mitologia Grega
Características da Mitologia Grega, principais mitos e lendas, deuses gregos, Minotauro, Medusa, Hércules, a influência da religião na vida política, econômica e social dos gregos
Introdução.
Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos. Portanto, para buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.
Entendendo a Mitologia Grega.
Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.
Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram :
- Heróis : seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos : Herácles ou Hércules e Aquiles.
- Ninfas : seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.
- Sátiros : figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.
- Centauros : corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.
- Sereias : mulheres com metade do corpo de peixe, atraíam os marinheiros com seus cantos atraentes.
- Górgonas : mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa
- Quimeras : mistura de leão e cabra, soltavam fogo pelas ventas.
O Minotauro
É um dos mitos mais conhecidos e já foi tema de filmes, desenhos animados, peças de teatro, jogos etc. Esse monstro tinha corpo de homem e cabeça de touro. Forte e feroz, habitava um labirinto na ilha de Creta. Alimentava-se de sete rapazes e sete moças gregas, que deveriam ser enviadas pelo rei Egeu ao Rei Minos, que os enviavam ao labirinto. Muitos gregos tentaram matar o minotauro, porém acabavam se perdendo no labirinto ou mortos pelo monstro.
Certo dia, o rei Egeu resolveu enviar para a ilha de Creta seu filho, Teseu, que deveria matar o minotauro. Teseu recebeu da filha do rei de Creta, Ariadne, um novelo de lã e uma espada. O herói entrou no labirinto, matou o Minotauro com um golpe de espada e saiu usando o fio de lã que havia marcado todo o caminho percorrido.
Deuses gregos
De acordo com o gregos, os deuses habitavam o topo do Monte Olimpo, principal montanha da Grécia Antiga. Deste local, comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Os deuses gregos eram imortais, porém possuíam características de seres humanos. Ciúmes, inveja, traição e violência também eram características encontradas no Olimpo. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e acabavam tendo filhos com estes. Desta união entre deuses e mortais surgiam os heróis.
Conheça os principais deuses gregos :
Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu.
Afrodite - deusa do amor, sexo e beleza.
Poseidon - deus dos mares
Hades - deus dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.
Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.
Apolo - deus da luz e das obras de artes.
Artemis - deusa da caça.
Ares - divindade da guerra..
Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de Atenas
Hermes - divindade que representava o comércio e as comunicações
Hefestos - divindade do fogo e do trabalho.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Mitologia grega
Mitologia grega é o estudo dos conjuntos de narrativas relacionadas aos mitos dos gregos antigos, de seus significados e da relação entre eles e os países ou povos, consideradas, com a vinda do cristianismo, como meras ficções alegóricas.[1] Para muitos estudiosos modernos, entender os mitos gregos é o mesmo que lançar luz sobre a compreensão da sociedade grega antiga e seu comportamento, bem como suas práticas ritualísticas.[2] O mito grego explica as origens do mundo e os pormenores das vidas e aventuras de uma ampla variedade de deuses, deusas, heróis, heroínas e outras criaturas mitológicas.
Ao longo dos tempos, esses mitos foram expressos através de uma extensa coleção de narrativas que constituem a literatura grega e também na representação de outras artes, como a pintura da Grécia Antiga e a pintura vermelha em cerâmica grega. Inicialmente divulgados em tradição oral-poética, hoje esses mitos são tratados apenas como parte da literatura grega. Essa literatura abrange as mais conhecidas fontes literárias da Grécia Antiga: os poemas épicos Ilíada, Odisséia– atribuídos à Homero e que focam sobre os acontecimentos em torno da Guerra de Tróia, destacando a influência de deuses e de outros seres – e também a Teogonia e Os Trabalhos e os Dias, trabalhos produzidos por Hesíodo. Os mitos também estão preservados nos Hinos homéricos, em fragmentos de poemas do Ciclo Épico, na poesia lírica, no âmbito dos trabalhos das tragédias do século V a.C., nos escritos de poetas e eruditos do Período Helenístico e em outros documentos de escritores do Império Romano, como Plutarco e Pausanias.
A principal fonte para a pesquisa de detalhes sobre a mitologia grega são as evidências arqueológicas que descobrem e descobriram decorações e outros artefatos, como desenhos geométrios em cerâmica, datados do século VIII a.C., que retratam cenas do ciclo trojano e das aventuras de Hércules. Sucedendo os períodos Arcaico, Clássico e Helenístico, Homero e várias outras personalidades aparecem para completar as provas dessas existências literárias.[3]
A mitologia grega teve ampla influência sobre a cultura, as artes e a literatura da civilização ocidental e continua a ser parte do patrimônio e da linguagem do ocidente: ela ganhou destaque sobre todas as outras mitologias pelo fato de que a Grécia antiga–seu pensamento e sua civilização–exerceu uma estrondosa influência nos continentes, sobretudo no ocidental e, da mesma forma como diversas ciências, como a física, a geografia, a biologia, a zoologia, a história e outras áreas humanas, como a ética, a política, e a democracia, originaram-se com o povo grego e foram profundamente aproveitados pelos primeiros povos ocidentais, a mitologia da Grécia Antiga também é estudada e constituiu-se ao longo dos tempos de uma grande fonte de inspiração para artistas que notaram uma relação entre temas mitológicos e a sua relevância com o contemporâneo. [4][5]
Índice [esconder]
1 Introdução
1.1 Classificação
1.2 Religião
1.3 Motivo de estudo da mitologia grega
2 Fontes da Mitologia grega
2.1 Fontes literárias
2.2 Fontes arqueológicas
3 História
3.1 Era dos deuses
3.1.1 Cosmogonia e cosmologia
3.1.2 Deuses gregos
3.2 Era dos deuses e dos mortais
3.3 Era heróica
3.3.1 Hércules e os Heráclidas
3.3.2 Argonautas
3.3.3 Casa de Atreu e Ciclo Tebano
3.3.4 Guerra de Tróia e consequências
4 Concepções greco-romanas
4.1 Filosofia e mito
4.2 Racionalismo helenístico e romano
4.3 Tendências sincronatórias
5 Declínio
6 Interpretações modernas
6.1 Enfoques comparativos e psicanalíticos
6.2 Teorias da origem
7 Influência na arte ocidental
8 Notas
9 Referências
10 Bibliografia
10.1 Fontes primárias (gregas e romanas)
10.2 Fontes secundárias (em português, inglês e espanhol)
11 Ligações externas
[editar] Introdução
"Por mais que a Mitologia seja, em sua quase totalidade, um tecido contínuo de fábulas, nem por isso deixa de ter uma utilidade incontestável." - J. Humbert, 1843.
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A mitologia grega era assunto principal nas aprendizagens das crianças da Grécia Antiga, como meio de orientá-las no entendimento de fenômenos naturais e em outros acontecimentos que ocorriam sem o intermédio dos humanos.[6] Com a tecnologia precária da época, as ciências – como a medicina, a física, a matemática, e outras áreas voltadas para os estudos racionais – tinham muito menos desenvolvimento que áreas como a filosofia e, por isso, os gregos usavam a imaginação para atribuir a causa dos fenômenos a seu redor. Fundamentalmente, os poetas da Grécia Antiga — tidos como pessoas escolhidas pelos deuses para relatar suas histórias — escreviam textos que não explicavam racionalmente a origem das coisas, mas utilizavam lendas, isto é, histórias imaginárias, para interpretá-las.[7]
Para o povo grego, embora a sabedoria plena e completa pertencesse aos deuses, os homens poderiam desejá-la e amá-la, tornando-se um filósofo (philo= amizade, amor fraterno, respeito; sophia= sabedoria).[8]
[editar] Classificação
A gama de personagens, seres e ambientes que formam a Mitologia grega podem ser separados em três partes, sendo a última um apêndice para a literatura mitológica, de onde conseguimos grande parte das informações sobre os mitos:
1. Raças, divindades, criaturas; personagens em geral, que abrange os Ventos, Centauros, Ctónicos, Ciclopes, Dragões, Erínias, Gigantes, Górgonas, Hecatônquiros, Harpia, Musas, Moiras, Mortais, Ninfas, Deuses olímpicos, Deuses primordiais, Sátiros e Titãs.
1 a. Aqui também é incluído os heróis Héracles, Aquiles, Odisseu, Jasão, Argonautas, Perseu, Édipo, Teseu e Triptolemos.
2. Lugares, que abrange os ambientes em que essas figuras, na imaginação dos gregos, viveram suas aventuras, que são Delfos, Delos, Olímpia, Hades (reino), Atlântida, Olimpo, Tróia, e Temiscira.
3. Literatura mitológica clássica, inclui o estudo da literatura antiga grega, que contou com nomes como Homero, que incluía em sua narrativa a crença de deuses.
[editar] Religião
Embora muitas vezes confundida com a religião, a mitologia é um conjunto de crenças enraizadas em relatos fictícios e imaginários, enquanto que essa outra envolve rituais dentro de procedimentos com a finalidade de estabelecer vínculos com a espiritualidade.[6]
[editar] Motivo de estudo da mitologia grega
Toda mitologia, de forma geral, é bastante vista pelos estudiosos modernos como um modo de entender o planeta, seus acontecimentos e nossas próprias vidas, e é bastante usada nos temas da história e nas escolas como método de ensino. Maria Lucia Gili Massi, chefe da área de desenvolvimento de recursos humanos, apontou numa entrevista de maio de 2005, que os "mitos ajudam a entender relações humanas."[9] Para o Professor de Literatura e História da Arte Fábio Brazil, conhecer os mitos, "sejam eles polinésios, tupinambás, maias, sumérios ou gregos não é o estudo de um fenômeno local e temporal, é o estudo e conhecimento da resposta simbólica do homem diante da natureza interna e externa à sua psique [...]", e reforça que os mitos gregos "[são] para nós um ato de auto conhecimento."[10] Seguindo uma ligação, segundo Brazil, olhar o mito pela face da religião fará com que olhemos também seus desdobramentos na história e na arte; se olharmos o mito pela face da arte, olharemos, inevitavelmente, seus desdobramentos na religião e na história e, por último, se o olharmos através da história, inevitavelmente seremos obrigados a olhá-lo também na arte e na religião.[10]
[editar] Fontes da Mitologia grega
Prometeu Traz Fogo à Humanidade. (1817, pelo alemão Heinrich Füger): o mito de Prometeu foi apresentado pela primeira vez por Hesíodo e, mais tarde, constituiu na base de uma trilogia de peças dramáticas, possivelmente iniciada por Ésquilo, que consiste nas peças Prometeu Acorrentado, Prometeu Desacorrentado e Prometeu, o Condutor do Fogo.[nota 1]A origem dos mitos da Grécia não deriva puramente da civilização grega, mas de uma mistura entre a cultura dos indo-europeus, pré-gregos, e até mesmo dos asiáticos, egípcios e outros povos com as quais os gregos estabeleceram contato.[11] A mitologia grega é conhecida nos dias de hoje através da literatura grega e de expressões artísticas visuais que datam do Período Geométrico[nota 2] em diante.[12] Entender como nós, contemporâneos, tivemos a oportunidade de arrecadar informações tão antigas quanto são os mitos gregos é o objetivo deste capítulo.
[editar] Fontes literárias
A narração mítica desempenhou um papel importante em quase todos os gêneros da literatura grega. No entanto, o único manual mitográfico que sobreviveu da Grécia Antiga foi a famosa Biblioteca Mitológica, do escritor denominado Pseudo-Apolodoro,[13] que tenta conciliar os contos contraditórios dos poetas e fornece um resumo da mitologia grega e suas lendas históricas.[14]
Entre as fontes literárias da primeira era, destacam-se os dois poemas épicos de Homero–Ilíada e Odisséia. Completando esse ciclo épico, temos escritas de poetas cujos documentos foram perdidos ao longo do tempo. Apesar da sua denominação tradicional, os Hinos homéricos, hinos em coral da primeira fase da então-denominada poesia lírica,[15] não possuem relação alguma com Homero.[16] Hesíodo, possível contemporâneo de Homero, produziu Teogonia, o documento mais recente sobre mitos gregos, que elabora uma genealogia dos deuses e explica a origem dos Titãs e dos Gigantes. Os Trabalhos e os Dias, também de Hesíodo, é um poema didático sobre a vida da agricultura que apresenta os mitos de Prometeu, Pandora e da Era dos Homens. O poeta dá conselhos sobre a melhor maneira de ter sucesso em um mundo perigoso tornado ainda mais arriscado por esses deuses.[3]
O poeta romano Ovídio - aqui representado por Anton von Werner -, conservou detalhes da mitologia grega presentes em trabalhos posteriores em muitas de suas obras.Os poetas líricos direcionaram por vezes seus temas aos mitos, todavia esse tratamento ficou cada vez menor, enquanto que sua alusões à narrativa cresceu. Os poetas líricos gregos, como Píndaro e Simónides de Ceos, e os poetas bucólicos, incluindo Teócrito, forneceram incidentes mitológicos individuais.[17] Além disso, o mito foi tema central no drama Ateniense: os dramaturgos trágicos Eurípides, Sófocles e Ésquilo produziram seus enredos envolvendo a Era dos Heróis e a Guerra de Tróia. Muitas das grandes históricas trágicas (ou seja, Agamemnon e seus filhos, Édipo, Jasão e Medéia, etc.) trouxeram em sua forma clássica estas peças trágicas.
Os historiadores Heródoto e Diodoro Sículo, e os geógrafos Pausânias e Estrabão, que viajaram ao redor do mundo grego e anotaram as histórias que ouviram, forneceram numerosos mitos locais, apresentando diversas vezes versões alternativas pouco conhecidas dos mitos.[17] Heródoto, especialmente, procurou as várias tradições apresentando e encontrando as raízes históricas ou mitológicas no conflito entre a Grécia e o Oriente.[18]
A poesia das eras Helenística e Romana, que embora tenha sido composta mais como literatura do que um exercício de culto aos mitos, contém muitos detalhes importantes que de outra forma seriam perdidos. Essa categoria inclui:
1. Os poetas romanos Ovídio, Sêneca e Virgílio.
2. Os poetas gregos da Antiguidade tardia: Antonino Liberal e Quinto de Esmirna.
3. Os poetas gregos do Período Helenístico: Apolónio de Rodes, Calímaco, Eratóstenes e Partênio.
4. Antigos romances de gregos e romanos, como Apuleio, Petrônio e Heliodoro.
Em contrapartida com o gênero lírico, a Fabulae e a Astronomica do escritor romano Higino são duas composições não-poéticas importantes sobre o mito. As obras Imagens e Descrições, de Filóstrato e Calístrato (respectivamente), são dois trabalhos literários úteis para o estudo dos mitos gregos.
Finalmente, o apologético cristão Arnóbio, citando práticas religiosas para desacreditá-las, e vários outros escritores bizantinos proporcionam detalhes importantes dos mitos, alguns deles procedentes de obras gregas perdidas durante os anos. Entre estes, inclui-se os léxicos de Hesíquio, a Suda, e os tratados de João Tzetzes e de Eustácio. O ponto de vista moralizador cristão a respeito dos mitos gregos se resume no dito ἐν παντὶ μύθῳ καὶ τὸ Δαιδάλου μύσος (en panti muthōi kai to Daidalou musos, "em todo mito está a profanação de Dédalo"), sobre o que disse a Suda que alude o papel de Dédalo ao satisfazer a "luxúria anti-natural" de Pasífae pelo trono de Posídon: "Desde que a origem e a culpa desses males se atribuíram a Dédalo e foi odiado por eles, se converteu no objeto do provérbio." [19]
[editar] Fontes arqueológicas
Aquiles (esq.) mata um prisioneiro de Tróia diante de Caronte, numa pintura-vermelha etrusca, realizada no fim do século IV e início do século III a.C..A descoberta da civilização micênica pelo arqueólogo amador alemão Heinrich Schliemann no século XIX, e a descoberta da civilização minóica em Creta pelo arqueólogo britânico Sir Arthur Evans no século XX, ajudaram a esclarecer muitas dúvidas a respeito dos épicos de Homero e outras questões da mitologia, como as crenças em deuses e em heróis. A evidência sobre os mitos e os rituais nos sítios arqueológicos das civilizações micênica e minóica é inteiramente monumental, uma vez que a linear B (método de escrita antigo, encontrado em Creta e na Grécia continental) era usada principalmente para o registro de inventários, embora os nomes de deuses e de heróis tenham sido dificilmente revelados.[3]
Schliemann começou seu trabalho em 1870, com o intuito de averiguar se as histórias que ouvia de seu pai quando criança, a respeito dos épicos homéricos, eram verdadeiras; numa madrugada, juntamente com sua esposa, conseguiu encontrar dois diademas de ouro, 4.066 plaquetas, 16 estatuetas, 24 colares de ouro, anéis, agulhas, pérolas (total de 8.700 artefatos) e pesquisas posteriores deixaram certezas que a mítica cidade de Tróia existiu no local há milênios.[20]
Existem desenhos geométricos em cerâmica datados do século VIII a.C. que retratam o Ciclo de Tróia, como também as aventuras de Hércules.[3] Por dois motivos, essas representações visuais dos mitos possuem enorme importância: em primeiro lugar, muitos mitos gregos foram comprovados em desenhos de vasos antes do que na literatura escrita–das doze elaborações sobre Hércules, por exemplo, somente a aventura de Cérbero é apresentada pela primeira vez em um texto literário[21]–e, em segundo lugar, as fontes visuais muitas vezes fornecem cenas míticas que não são apresentadas em quaisquer fontes literárias existentes. Em alguns casos, a primeira representação conhecida de um mito na arte geométrica antecede, em questão de muitos anos e séculos, a sua primeira aparição conhecida na poesia arcaica.[12] Nos períodos Arcaico (750–c. 500 a.C), Clássico ( 480–323 a.C), e Helenístico, Homero e várias outras personalidades surgem para completar as evidências literárias da existência da mitologia grega.
[editar] História
A mitologia grega mudou com o tempo para a acomodação da evolução de sua própria cultura. Os primeiros habitantes da Península Balcânica foram povos agricultores que atribuíam um espírito a cada aspecto da natureza. Finalmente, estes espíritos vagos assumiram a forma humana e entraram na mitologia local como deuses e deusas.[22] Quando as tribos do norte invadiram a península, trouxeram consigo um novo panteão de deuses e crenças, voltadas à conquista, à força e à valentia, à batalha e ao heroísmo violento. Outras divindades mais antigas que povoavam a mente dos habitantes agrícolas se fundiram com aquelas dos invasores mais poderosos, ou então desvaneceram-se na insignificância.[23]
Descrição topográfica da península balcânicaApós a metade do período arcaico, que possuía mitos sobre as relações entre homens e deuses masculinos, os heróis tornaram-se cada vez mais aclamados, indicando o desenvolvimento paralelo da pederastia pedagógica, que pensa-se ter sido introduzido por volta de 630 a.C. Nos finais do século V a.C, os poetas haviam atribuído pelo menos um eromenos à todos os deuses importantes, exceto Ares e outras figuras lendárias.[24] Outros mitos anteriormente existentes, como o de Aquiles e o de Pátroclo, foram reinterpretadas como mitologia homossexual.[25]
O sentido da poesia épica foi criar ciclos históricos, e resultar num desenvolvimento de um senso da cronologia mitológica; assim, a mitologia grega desdobra-se como uma etapa no desenvolvimento do mundo e do homem.[26] As auto-contradições nas histórias fazem com que seja impossível montar um cronograma absoluto a respeito da Mitologia grega, mas podemos elaborar uma cronologia concordável. A história mitológica do mundo pode ser dividida em 3 ou 4 grandes períodos:
1. Mito da origem ou da era dos deuses: é a teogonia, o nascimento dos deuses, os mitos sobre a origem do planeta, dos deuses e da raça humana.
2. Era em que os homens e os deuses se mesclam livremente: histórias das primeiras interações entre deuses, semi-deuses e mortais juntos.
3. Era dos heróis (era heróica), onde a atividade divina ficou mais limitada. As últimas e maiores lendas heróicas são da Guerra de Tróia e suas consequências (consideradas por alguns investigadores como um quarto período separado).[27]
Embora a Era dos deuses tem sido freqüentemente alvo de interesse pelos alunos contemporâneos da mitologia grega, os autores arcaicos e clássicos possuíam uma clara preferência pela Era dos heróis. As heróicas Ilíada e Odisséia, por exemplo, estavam e ainda se encontram atualmente sobre maior destaque que a Teogonia e que os hinos homéricos – e prevaleceram em popularidade e continuidade. Sob a influência de Homero, o culto heróico conduziu uma reestruturação na vida espiritual, expresso na separação entre o reino dos deuses do reino dos mortos (heróis), e dos deuses olímpicos dos ctónicos.[28] No O Trabalho e Os Dias, Hesíodo monta um esquema de quatro Era dos homens (ou Raças): de Ouro, de Prata, de Bronze e de Ferro. Estas raças ou eras são criações separadas dos mitos dos deuses, correspondendo à Era Dourada ao reino de Cronos e sendo as seguintes raças criações de Zeus. Hesíodo intercalou a Era (ou Raça) dos heróis pouco depois da Idade do Bronze. A ultima idade foi a Idade do Ferro. Em Metamorfoses, Ovídio segue o conceito de Hesíodo e apresenta essas quatro idades.
[editar] Era dos deuses
[editar] Cosmogonia e cosmologia
Ver artigos principais: Deuses primordiais e Genealogia dos deuses gregos.
Ἤτοι μὲν πρώτιστα Χάος γένετ'· αὐτὰρ ἔπειτα Γαῖ' εὐρύστερος, πάντων ἕδος ἀσφαλὲς αἰεὶ.
Pois bem, no princípio nasceu Caos; depois, Gaia de amplo seio, a eterna base de tudo - Hesíodo, Teogonia, 116-7.[29]
Amor vincit omnia (O Amor Conquista Tudo), representação do deus do amor, Eros, por Michelangelo Merisi da Caravaggio, (1601-1602)."Mitos de origem" ou "mitos de criação", na mitologia grega, são termos alusivos à intenção de fazer com que o universo torne-se compreensível e com que a origem do mundo seja explicada.[30] Além de ser o mais famoso, o relato mais coerente e mais bem estruturado sobre o começo das coisas, a Teogonia de Hesíodo também é visto como didático, onde tudo se inicia com o Caos: o vazio primitivo e escuro que precede toda a existência.[29] Dele, surge Gaia (a Terra), e outros seres divinos primordiais: Eros (atração amorosa), Tártaro (escuridão primeva) e Érebo.[29] Sem intermédio masculino, Gaia deu à luz Urano, que então a fertilizou. Dessa união entre Gaia e Urano, nasceram primeiramente os Titãs: seis homens e seis mulheres (Oceano, Céos, Créos, Hiperião, Jápeto, Téia e Reia, Têmis, Mnemosine, Febe, Tétis e Cronos); e logo os Ciclopes de um só olho e os Hecatônquiros (ou Centimanos). Contudo, Urano, embora tenha gerado estas divindades poderosas, não as permitiu de sair do interior de Gaia e elas permaneceram obedientes ao pai.[31] Somente Cronos, "o mais jovem, de pensamentos tortuosos e o mais terrível dos filhos"[32], castrou o seu pai–com uma foice produzida das entranhas da mãe Gaia–e lançou seus genitais no mar, libertando, assim, todos os irmãos presos no interior da mãe. A situação final foi que Urano não procriou novamente, mas o esperma que caiu de seus genitais cortados produziu a deusa Afrodite, saída de uma espuma da água, ao mesmo tempo que o sangue de sua ferida gerou as Ninfas Melíades, as Erínias e os Gigantes, quando atingiu a terra.[31] Sem a interferência do pai, Cronos tornou-se o rei dos deuses com sua irmã e esposa Reia como cônjuge e os outros Titãs como sua corte.
O pensamento antigo grego considerava a teogonia–que engloba a cosmogonia e a cosmologia, temas desssa subseção–como o protótipo do gênero poético e lhe atribuía poderes quase mágicos. Por exemplo: Orfeu, o poeta e músico da mitologia grega, proclamava e cantava as teogonias com o intuito de acalmar ondas e tormentas–como consta no poema épico Os Argonautas, de Apolónio de Rodes–e também para acalmar os corações frios dos deuses do mundo inferior, quando descia à Hades. A importância da teogonia encontra-se também no Hino Homérico à Hermes, quando Hermes inventa a lira e a primeira coisa que faz com o instrumento em mãos é cantar o nascimento dos deuses.[33]
Cronos Mutilando Urano, por Giorgio Vasari e Gherardi Christofano (século XVI). Palazzo Vecchio, Florença.Contudo, a Teogonia não é somente o único e mais completo tratado da mitologia grega que se conservou até nossos dias, mas também o relato mais completo no que diz respeito a função arcaica dos poetas, com sua larga invocação premilinar das Musas. Foi também tema de muitos poemas perdidos, incluindo os atribuídos à Orfeu, Museu, Epimênides, Ábaris e outros profetas legendários, cujos versos costumavam ser usados em rituais privados de purificação e em religião de mistérios. Inclusive, há indícios de que Platão se familirizou com alguma versão da teogonia órfica.[34] Poucos fragmentos dessas obras sobreviveram em citações de filósofos neoplatonistas e em fragmentos recentemente desenterrados, escritos em papiro. Um desses documentos, o papiro de Derveni, demonstra atualmente que pelo menos no século V a. C. existiu um poema teogônico-cosmogônico de Orfeu. Este poema tentou superar a Teogonia de Hesíodo e a genealogia dos deuses se ampliou com o surgimento de Nix (a Noite), marcando um começo definitivo que havia surgido antes dos seres Urano, Cronos e Zeus.[35][36]
[editar] Deuses gregos
Ver artigos principais: Deuses olímpicos e Monte Olimpo.
ἐμοὶ δὲ θαυμάσαι θεῶν τελεσάντων οὐδέν ποτε φαίνεται ἔμμεν ἄπιστον.
Para mim, quando os deuses realizam maravilhas, nada parece inacreditável. - Píndaro, Pi, P. 10.48-50.[37]
Os Doze Deuses Gregos (Zeus no trono), por Nicolas-André Monsiau (1754- 1837), finais do séc. XVIII.Quando Cronos tomou o lugar de Urano, tornou-se tão perverso quanto o pai. Com sua irmã Reia, procriou os primeiros deuses olímpicos (Héstia, Deméter, Hera, Hades, Posídon e Zeus), mas logo os devorou enquanto nasciam, pelo medo de que um deles o destronasse. Mas Zeus, o filho mais novo, com a ajuda da mãe, conseguiu escapar do destino e travou uma guerra contra seu progenitor, cujo vencedor ganharia o trono dos deuses.[31] Ao final, com a força dos Cíclopes–a quem libertou do Tártaro–Zeus venceu e condenou Cronos e os outros Titãs na prisão do Tártaro, depois de obrigar o pai a vomitar seus irmãos.[31] Para a mitologia clássica, depois dessa destituição dos Titãs, um novo panteão de deuses e deusas surgiu. Entre os principais deuses gregos estavam os olímpicos- cuja limitação de seu número para doze parece ter sido uma idéia moderna, e não antiga [38] - que residiam no Olimpo abaixo dos olhos de Zeus. Nesta fase, os olímpicos não eram os únicos deuses que os gregos adoravam: existiam uma variedade de divindades rupestres, como o deus-cabra Pã, as ninfas— Náiades (que moravam nas nascentes), Dríades (espíritos das árvores) e as Nereidas (que habitavam o mar) —, deuses de rios, Sátiros e outras divindades que residiam em florestas, bosques e mares. Além dessas criaturas, existiam no imaginário grego seres como as Erínias (ou Fúrias) (que habitavam o submundo), cuja função era perseguir os culpados de homicídio, má conduta familiar, heresia ou perjúrio.[39]
Para honrar o antigo panteão grego, compôs-se os famosos hinos homéricos (conjunto de 33 canções).[16] Alguns estudiosos, como Gregory Nagy, consideram que os hinos homéricos são simples prelúdios, se comparado com a Teogonia, onde cada hino invoca um deus.[40] No entanto, os deuses gregos, embora poderosos e dignos de homenagens como as presentes nestes hinos, eram essencialmente humanos (praticavam violência, possuíam ciúme, coléra, ódio e inveja, tinham grandezas e fraquezas humanas), embora fossem donos de corpos físicos ideais.[41] De acordo com o estudioso Walter Burkert, a definição para essa característica do antropomorfismo grego é que "os deuses da Grécia são pessoas, e não abstrações, idéias ou conceitos".[42] Independentemente de suas formas humanas, os deuses gregos tinham muitas habilidades fantásticas, sendo as mais importantes: ter a condição de ser imúne a doenças, feridas e ao tempo; ter a capacidade de se tornar invisível; viajar longas distâncias instantaneamente e falar através de seres humanos sem estes saberem. Os gregos consideravam a imortalidade — que era assegurada pela alimentação constante de ambrosia e pela ingestão de néctar — como a característica distintiva dos deuses.[41][43]
Olimpo (séc. 18), de Giovanni Battista Tiepolo (Museo del Prado, Madrid).Cada deus descende de uma genealogia própria, prossegue interesses próprios, tem uma certa área de especialização, e é regido por uma personalidade singular; no entanto, essas descrições surgem a partir de uma infinidade de locais arcaicos variantes, que não coincidem sempre com elas. Quando esses deuses eram aludidos na poesia, na oração ou em cultos, essas práticas eram realizadas mediante uma combinação de seus nomes e epitetos, que os identificavam por essas distinções do resto de suas próprias manifestações (e.x. Apolo Musageta era "Apolo, [como] chefe das Musas").
A maioria dos deuses foram associados a aspectos específicos de suas vidas: Afrodite, por exemplo, era deusa do amor e da beleza, Ares era deus da guerra, Hades o deus da morte, e Atena a deusa da sabedoria e da coragem.[44][45] Certos deuses, como Apolo e Dionísio, apresentam personalidades complexas e mais de uma função, enquanto outros, como Héstia e Hélios, revelam pequenas personificações. Os templos gregos mais impressionantes tendiam a estar dedicados a um número limitado de deuses, que foram o centro de grandes cultos panhelênicos. Interessantemente, muitas regiões dedicavam seus cultos a deuses menos conhecidos. Muitas cidades também honravam os deuses mais conhecidos com ritos locais característicos e lhes associavam mitos desconhecidos em outros lugares. Durante a era heróica — que veremos num capítulo próximo — o culto dos heróis (ou semi-deuses) complementou a dos deuses.
[editar] Era dos deuses e dos mortais
Ver artigos principais: Eras do homem.
Venus (Afrodite na mitologia grega) e Anchises, por Annibale Carracci: o relacionamento entre a deusa da beleza (conhecida como Vênus na mitologia greco-romana) e um homem mortal, demonstra como ficou frequente as relações entre deuses e humanos no imaginário grego.Unindo a idade em que os deuses viviam sós e a idade em que a interferência divina nos assuntos humanos era limitada, havia uma era de transição em que os deuses e os homens (mortais) se misturaram livremente. Estes foram os primeiros dias do mundo, quando os grupos se misturavam com mais liberdade do que fizeram depois. A maior parte das crenças dessas histórias foram reveladas posteriormente na obra Metamorfoses de Ovídio, e frequentemente são divididas em dois grupos temáticos: histórias de amor e histórias de castigo.[46] Ambas histórias tratam do envolvimento dos deuses com os humanos, seja de uma forma ou de outra:
Os contos de amor muitas vezes envolvem incesto, sedução ou violação de uma mulher mortal por parte de um deus, resultando em uma descendência histórica. Essas histórias sugerem geralmente que as relações entre deuses e mortais precisam ser evitadas, sendo que raramente esses envolvimentos possuem finais felizes.[47] Em poucos casos, uma divindade feminina procura um homem mortal e vive com ele, como no Hino Homérico à Afrodite, onde a deusa convive com o príncipe Anchises e acaba concebendo o chefe troiano Enéias.[48]
Os contos de castigo envolvem a apropriação ou invenção de algum artefato cultural importante, como quando Prometeu roubou o fogo dos deuses e quando ele ou Licaão inventou o sacríficio, quando Tântalo roubou o néctar e a ambrósia da mesa de Zeus e de seus súditos, revelando-lhes o segredo dos deuses, ou quando Deméter ensinou agricultura e os Mistérios de Elêusis a Triptolemos, ou quando Mársias inventou os aulos e, com ela, ingressou num concurso musical ao lado de Apolo. As aventuras de Prometeu marcam um ponto entre a história dos deuses e a dos homens.[49] Um fragmento de papiro anônimado, datado do século III a.C., retrata vividamente o castido que Dionísio aplicou à Lucurgo, rei de Trácia, cujo reconhecimento de novos deuses chegou demasiado tarde, ocasionando horrivéis penalidades que se extenderam por toda vida.[50] A história da chegada de Dionísio para estabelecer seu culto em Trácia foi também o tema de uma trilogia de peças dramáticas do poeta antigo Ésquilo: como em As Bacantes, onde o rei de Tébas, Penteu, é castigo por Dionísio por ter sido desrespeitoso com as Ménades, suas adoradoras.[51][52]
Ainda no assunto de relação entre deuses e mortais, há um conto antigo baseado em um tema folclórico,[53] onde Deméter está procurando por sua filha Perséfone, depois de ter tomado a forma de uma anciã chamada Doso e recebido hospitalidade de Celéu, o rei de Elêusis em Ática. Por causa de sua hospitalidade, Deméter planejou fazer imortal seu filho Demofonte, como um ato de agradecimento, mas não pôde completar o ritual porque a mãe de Demofonte, Metanira, entrou e viu seu filho rodeado de fogo, visão essa que lhe provocou, instantâneamente, um grito agudo, que enfureceu Deméter, cuja lamentação veio depois, ao refletir o fato de que os "estúpidos mortais não entendem práticas divinas".[54]
[editar] Era heróica
O fato de entre os homens e os deuses existir ainda uma terceira classe especial de heróis, que são denominados também "semi-deuses", é uma particularidade da mitologia e da religião gregas para a qual quase não existem paralelos.
- Walter Burkert, 1993.[55]
A idade em que os heróis viveram na mitologia grega é conhecida como Era (ou Idade) Heróica.[56] A Era Heróica surgiu no Período Arcaico, quando os gregos imaginavam "heróis" (gr. ἥρωες; sg. ἥρως) como certos personagens de lendas épicas.[55] Embora sujeitos à mortalidade, os heróis/semi-deuses se diferenciavam dos humanos pelo fato de serem capazes de façanhas impossíveis, talvez pelo fato de serem frutos de uma relação entre um mortal e um deus.[55]
Após a ascensão do culto heróico, os deuses e os heróis constituíram a esfera sagrada e são invocados juntos nos juramentos e nas orações que são dirigidas a eles.[57] Em contraste com a era dos deuses, durante a heróica a lista de heróis nunca é fixa e definitiva; já não nascem grandes deuses, mas sempre podem surgir novos heróis do exército dos mortos. Outra importante diferença entre o culto dos deuses e o dos heróis é que o segundo dos dois se torna o centro da identidade do grupo local.[58]
Os eventos monumentais de Hércules são considerados o começo da era dos heróis. Também se anexam a eles três grandes sucessos militares: a expedição argonáutica e a Guerra de Tróia, como também a Guerra de Tebas.[59]
[editar] Hércules e os Heráclidas
Ver artigos principais: Hércules e Invasões dóricas.
Escultura de Hércules, artista desconhecido. Arte romana datada do séc. XV, Musei Capitolini, Roma, Itália.Certos estudiosos acreditam que, por de trás das complexas histórias que envolvem o mito de Hércules (ou Herácles), existiu um homem verdadeiro, talvez um senhor de vassalos em Argos.[60] Outros sugerem que o mito de Hércules é uma alegoria da passagem anual do sol pelas doze constelações do zodíaco.[60] Existe um terceiro grupo que acredita que o mito deriva de outros culturas, revelando que a história de Hércules é uma adaptação regional de mitos heróicos já estabelecidos anteriormente. Embora a existência de todas essas e muitas outras especulações, a tradição afirma que Hércules foi filho de Zeus com a mortal Alcmena, neta de Perseu.[61] Suas fantásticas façanhas, que envolvem diversos temas folclóricos, proporcionaram muito material às lendas populares. É retratado como um sacrificador, um guerreiro dotado de imenso vigor físico, com força e proezas maravilhosas, protegido por armaduras e itens das quais utilizava com destreza, demonstrando superioridade às habilidades do homem mortal comum.[61] Quanto à iconografia, nas artes visuais — pelo menos no período arcaico — Hércules sempre fora apresentado com barba, pele de leão e clava nas mãos, com grandes músculos expostos nas pernas e nos braços.[62] Já no século IV, a popularidade do herói decresceu e, talvez um pouco por isso, suas características humanas foram reforçadas mais do que as heróicas, e passou a ser representado sem barba e frequentemente sem armas de combate.[61]
Na literatura, Eurípedes produziu a peça trágica Hércules (ou Hércules Enlouquecido, Hércules Furioso), onde explora o mito do herói, revelando a conturbada existência da figura em questão, que está prestes a cometer suícidio, mas que é encorajado a viver pelo amigo e rei de Atenas, Teseu.[63] Na peça As Traquinianas, Hércules aparece aqui através da escrita de Sófocles.[64] Esses dois textos da Grécia antiga, resguardados até os dias atuais, nos conferiram detalhes preciosos acerca dos mitos sobre o herói mais popular e interessante da mitologia grega.[61]
Os Heráclidas eram descendentes de Hércules. Nesta antiga escultura, o legendário herói e seu bebê Télefo. (Museu do Louvre, Paris.)Hércules atingiu o mais alto prestígio social através de sua nomeação como ancestro oficial dos reis dóricos. Isto serviu provavelmente como legitimação para as invasões dóricas no Peloponeso. Um exemplo disto é o herói mitológico Hilo, epônimo de uma tribo dórica, que se converteu em Heráclida (nome que recebiam os numerosos descendentes de Hércules,[65] especialmente os descendentes de Hilo — outros Heráclidas existentes são Macária, Lamos, Manto, Tlepólemo e Télefo). Estes Heráclidas conquistaram os reinos peloponesos de Micenas, Esparta e Argos, alegando, segundo o mito, o direito de governá-los devido sua ascendência. A ascensão dos Heráclidas é muitas vezes denominada "Invasão Dórica" (ver artigo). Um fato interessante é que os reis lídios e, posteriormente, os reis macedôniso — como governantes de um mesmo reino — também passaram a ser Heráclidas.[66]
Embora Hércules tenha morrido, como é destino de todo mortal, por conta de seu lado humano (derivado da mãe Alcmena), alguns gregos — especialmente Píndaro, que o chamava de "herói-deus"[67] — acreditavam que, por conta de seu lado divino (advindo da descendência de Zeus), ele subiu ao Olimpo e tornou-se um deus.[61] A figura lendária deste herói, portanto, permeou durante algum tempo uma simbologia voltada à terra, aos heróis, ao homem mortal, mas também atencionada ao céu, aos deuses, ao divino, ao perfeito, ao que é ideal.[61] Essa figura mista que Hércules apresenta, em que o lado mortal e o lado divino se confundem, era muito reforçada em diversos cultos e sacrifícios realizados provavelmente em Creta, onde os gregos ofereciam-lhe sacrifícios primeiramente como herói e, somente depois, como um ser divino.[68]
Além das façanhas heróicas de Hércules, outros membros dessa primeira geração de heróis, como Perseu, Teseu, Deucalião e Belerofonte, realizaram feitos muito semelhantes à ele, sempre realizando-os solitariamente, sem nenhuma outra ajuda, o que aconteceu quando enfrentaram monstros como Quimera e Medusa em mitos que beiram à contos de fandas (esses combates solitários só apresentam ainda mais a capacidade sobrehumana dessas personagens). Enviar um herói a uma morte presumida é um tema frequente nesta primeira tradição heróica, como acontece nas lendas de Perseu e de Belerofonte.[69]
[editar] Argonautas
Jasão levando os Argonautas à buscar o Velo de Ouro. Arte da Roma Antiga. Autor desconhecido.Único épico helenístico conservado até os dias atuais, Argonautica, de Apolônio de Rodes, narra o mito da jornada de Jasão e os Argonautas para recuperarem o Velo de Ouro da mítica terra de Cólquida. Em Argonautica, Jasão é impelido à sua busca pelo rei Pélias, que havia recebido uma profecia onde um homem de sandálias se tornaria seu nêmesis. Jasão perde uma sandália em um rio da região, chegando na corte de Pélias e iniciando, assim, a epopéia. Quase todos os membros da seguinte geração de heróis, assim como Hércules, partiram com Jasão ao Argo para buscar o velo de ouro.
Essa geração de heróis também inclui: o mito de Teseu, que partiu à Creta para enfrentar o Minotauro; Atalanta, a heroína feminina; e Meleagro, que por sua vez tinha um ciclo épico que rivalizava com a Ilíada e a Odisséia. Píndaro, Apolônio e Apolodoro se esforçaram em dar listas detalhadas sobre os Argonautas.[70]
Embora Apolônio tenha escrito seu poema no século III a.C, a composição da história dos argonautas é anterior à Odisséia, que demonstra familiaridades com os enredos de Jasão.[71][72] Em épocas antigas, a expedição mítica era considerada como um fato histórico, um incidente na abertura do Mar Negro ao comércio e à colonização grega.[71] Também tornou-se muito popular, cuja função vai desde a criação de novas lendas locais à inspiração de diversas tragédias gregas.[72]
[editar] Casa de Atreu e Ciclo Tebano
Ver artigo principal: Os Sete Contra Tebas
"Cadmo Semeando Dentes do Dragão", por Maxfield Parrish, 1908.Entre o Argo (capítulo anterior) e a Guerra de Tróia (capítulo seguinte), houve uma geração conhecida por seus crimes. Isto inclui os feitos de Atreu e Tiestes em Argos. Atrás do mito da casa de Atreu (uma das principais dinastias heróicas juntamente com a Casa de Lábdaco), está o problema da devolução do poder e a forma de ascensão do trono. Os gêmeos Atru e Tiéstes com seus descendentes desempenharam o papel de protagonistas na tragédia acerca da devolução de poder em Micenas.[73]
O Ciclo Tebano trata dos sucessos associados especialmente à Cadmo, o fundador da cidade de Tebas, e, posteriormente, com os feitos de Laio e Édipo na mesma região; uma série de histórias que levaram ao saqueio final da cidade a mando dos Epigonis e d'Os Sete Contra Tebas (não se sabe se estes figuraram no épico original).[74] Acerca de Édipo, os antigos relatos épicos têm seguido um padrão diferente (no qual ele continuou governando Tebas depois da revelação de que Jocasta era sua mãe e também posteriormente ao seu casamento com uma mulher que se converteu em mãe de seus filhos) do que conhecemos graças às tragédias — especialmente a mais famosa do assunto, Édipo Rei, de Sófocles — e aos relatos mitológicos posteriores à este texto antigo.[75]
[editar] Guerra de Tróia e consequências
Ver artigo principal: Guerra de Tróia
Na pintura A Fúria de Aquiles , de Tiepolo (1757, afresco, 300 x 300 cm, Villa Valmarana, Vicenza), Aquiles está enfurecido pela ameaça de Agamemnon de tirar seu despojo da guerra, Briseis, e desembainha sua espada para espetá-lo. A súbita aparição de Minerva, que no afresco segura os cabelos de Aquiles, evita o assassinato.A mitologia grega culmina na Guerra de Tróia, a famosa luta entre os gregos e os troianos, incluindo suas causas e consequências. Nos trabalhos homéricos, as principais histórias já haviam tomado forma e substância, e os temas individuais foram elaborados mais tarde, especialmente dentro dos enredos dos dramas gregos. A Guerra de Tróia adquiriu também um grande interesse para a cultura romana por conta das histórias de Enéas, herói troiano, cuja jornada à Tróia levou a fundação da cidade que um dia se converteria em Roma, e é recontada por Vírgilio em Eneida (cujo Livro II contém o relato mais famoso do saqueio de Tróia).[76][77]
O Ciclo da Guerra de Tróia, uma coleção de poemas épicos, começa com os sucessos que levaram a guerra: Éris e a maçã de ouro, o julgamento de Páris, o rapto de Helena, e o sacríficio de Ifigénia em Aulis. Para resgatar Helena, os gregos organizaram uma grande expedição abaixo do mando do irmão de Menelau, Agamemnon, rei de Argos ou de Micenas, mas os troianos não quiseram libertá-la. A Ilíada, que se desenrola no décimo ano da guerra, narra em uma de suas páginas o combate entre Agamemnon com Aquiles, que era até então o melhor guerreiro da Grécia, e também narra as consequências da morte de Pátroclo (amigo de Aquiles) e de Heitor, filho mais velho de Príamo. Antes da morte, se uniram aos troianos dois exóticos aliados: Pentesileia e Memnon.[77]
Escultura de Caio Plínio Segundo representando o Grupo de Laocoonte (Museu do Vaticano, Roma), personagens mortos por serpentes marinhas num espisódio da Guerra de Tróia, retratado na Ilíada e na Eneida.Aquiles matou ambos, até Páris atingir seu calcanhar mortalmente com uma flecha (daí a expressão Calcanhar de Aquiles; para mais informações, veja o artigo do guerreiro). Antes de tomar Tróia, os gregos tiveram que roubar da cidadela a imagem de madeira de Palas Atenas. Finalmente, com a ajuda de Atenas, eles construíram o Cavalo de Tróia. Apesar das advertências de Cassandra (filha de Príamo), os gregos foram convencidos por Sinon — grego que, fingindo sua argumentação, conseguiu levar o gigantesco cavalo para dentro das muralhas de Atenas. O sacerdote Laocoonte tentou destruir o cavalo, mas acabou sendo impedido por serpentes marinhas que, com suas forças, o mataram. Ao anoitecer, a frota grega regressou e os guerreiros do cavalo abriram as portas da cidade.
O Ciclo Troiano proporcionou uma variedade de temas e se converteu em fonte principal de inspiração para os antigos artistas gregos (por exemplo, as métopas de Partenon representando o saqueio de Tróia). Essa preferência artística pelos temas procedentes do ciclo troiano nos indica sua importância para a antiga civilização grega.[76] O mesmo ciclo mitológico, posteriormente, também inspirou uma série de obras literárias da Europa. Os escritores europeus medievais troianos, desconhecedores da obra de Homero, encontraram na lenda de Tróia uma rica fonte de histórias heróicas e românticas e um marco que encorajou seus próprios ideais cortesãos e cavalarescos. Alguns autores do século XII, como Benoît de Sainte-Maure (em seu Poema de Tróia) e José Iscano (em seu De bello troiano), descrevem a guerra simplesmente reescrevendo a versão padrão que encontraram em Dictis e Dares, seguindo o conselho de Horácio e o exemplo de Virgílio: reescrever um poema de Tróia com veracidade, em lugar de contar algo completamente novo.[78]
[editar] Concepções greco-romanas
O mito era o coração da sociedade grega antiga; os gregos, crentes nas histórias e nas narrativas dos poetas, estabeleceram rituais, processos, sistemas, cultos e práticas cada vez mais fundamentadas nesses lendas heróicas, divinas e humanas. Desde aquele tempo, no entanto, o ser humano precisou criar concepções lógicas acerca dessas histórias, contadas apenas por poetas.[7] Segundo os estudiosos Victor Davis Hanson e John Heat, poucos duvidavam da veracidade dos mitos relatados, e Homero era a "educação da Grécia", atribuição que prova como os mitos gregos eram a verdade (o que hoje seria a ciência, e algumas formas de religião e crenças).[79]
[editar] Filosofia e mito
A filosofia surge através do mito, mas a ele acaba se opondo.[80] Nos finais do século V a.C., depois do auge da filosofia, da oratória, e da prosa, o destino e a veracidade dos mitos se tornaram incertos e as genealogias mitológicas deram lugar a uma nova concepção da origem das coisas, sendo que essa concepção tinha como prioridade a exclusão do supernatural (isto se mostra claro nas histórias tacidianas).[81] Enquanto os poetas e dramaturgos elaboravam os mitos, os historiadores e os filósofos desprezavam-os e criticavam-os.[82]
O Platão e o Aristóteles de Rafael no afresco A Escola de Atenas (provavelmente com as aparências de Da Vinci e de Michelangelo): exclusão dos estudos de Homero, das tragédias e das tradições mitológicas, para dar espaço à outras concepções, na utópia A República.Certos filósofos radicais, como Xenófanes, começaram no século VI a. C. a rotular os textos dos poetas como blasfêmias: Xenófones queixava-se de que Homero e Hesíodo atribuiam aos deuses "tudo o que é vergonhoso e escandaloso entre os homens, pois os deuses roubam, matam, cometem adultério, e enganam uns aos outros".[83] Essa linha de pensamento encontrou sua expressão mais dramática em A República (acerca da justiça, do universo e dos diversos tipos de governo) e em Leis (que trata da lei divina e natural, da educação e da relação entre filosofia, política e religião) de Platão. Platão criou os seus próprios mitos alegóricos (como o de Er em A República), atacando os contos tradicionais dos trucos, e tratando os furtos e os adultérios como imorais, opondo-se ao papel central que vinham tomando na literatura grega. A crítica de Platão - que rotulava os mitos de " " -[84] foi o primeiro exercício e desafio sério à tradição mitológica homérica.[85] Aristóteles, por sua vez, criticou o enfoque filosófico pré-socrático quase-mitológico e destacou que "Hesíodo e os escritores telógicos estavam preocupados unicamente com o que lhes parecia plausível e não tinham respeito pelos outros [...] Mas não merece a pena tomar a sério os escritores que alardeiam o estilo mitológico; aqueles que procedem a demonstrar suas afirmações devem ser re-examinados".[81]Imagem:Plato-raphael.jpg
As explicações filosóficas, que pretendiam revisar as mitológicas, criaram consequências para seus autores: Anaxágoras, por exemplo, partiu para um auto-exílio fora de Atenas, por duvidar que a lua fosse uma deusa (explicação mitológica) e afirmar que, pelo contrário, vislumbrava em sua terra mares e montanhas.[80] Aristóteles, que não aceitava a explicação de que o titã Atlas carregava a terra e o céu nas costas (afirmação que rotulou de "ignorância e superstição do povo grego")[86], exilou-se por temer que terminasse como Sócrates, que obteve acusação de impiedade e morreu.[80] Sócrates foi condenado com 71 anos, acusado, entre outras coisas, de ateísmo e de corromper os jovens com seus ensinamentos. Meleto, um dos acusadores, havia argumentado que "[...]Sócrates é culpado do crime de não reconhecer os deuses reconhecidos pelo Estado e de introduzir divindades novas; ele é ainda culpado de corromper a juventude. Castigo pedido: a morte". [87] Sócrates, após ficar preso a ferros durante 30 dias, morreu num método de veneno da prisão da época.[88]
Essas perseguições se extenderam épocas depois, atingindo seu auge na Idade média (onde o cristianismo substituiu a filosofia) e declinando durante o Renascimento e principalmente no Iluminismo (onde a filosofia grega começava a ser retomada e revisada).[80] Todavia, Platão não cuidou de separar si mesmo e sua sociedade da influência dos mitos: sua própria caracterização de Sócrates é baseada nos patronos tradicionais trágicos e homéricos, usados pelo filósofo para louvar a reta da vida de seu mentor:
“ Mas talvez pudesse alguém dizer: "Não te envergonhas, Sócrates, de te aplicardes a tais ocupações, pelas quais agora está arriscado a morrer?" A isso, porei justo raciocínio, e é o seguinte: "não estás falando bem, meu caro, se acreditas que um homem, de qualquer utilidade, por menor que seja, deve fazer caso dos riscos de viver ou morrer, e , ao contrário, só deve considerar uma coisa: quando fizer o que quer que seja, deve considerar se faz coisa justa ou injusta, se está agindo como homem virtuoso ou desonesto. Porquanto, segundo a tua opinião, seriam desprezíveis todos aqueles semi-deuses que morreram em Tróia. E, com eles, o filho de Tétis, o qual, para não sobreviver à vergonha, desprezou de tal modo o perigo que, desejoso de matar Heitor, não deu ouvido à predição de sua mãe, que era uma deusa, e a qual lhe deve ter dito mais ou menos isto:
Filho, se vingares a morte de teu amigo Pátroclo e matares Heitor,
tu mesmo morrerás, porque, imediatamente depois de Heitor, o teu destino estará terminado" (Hom. Il. 18.96) [...] [89] ”
A Morte de Sócrates (1787, MMA, NI), por David: nota-se entre os amigos de Sócrates e no carcereiro (o que lhe entrega a taça envenenada) uma profunda expressão de insatisfação.Hanson e Heath estimam que a rejeição de Platão acerca da tradição homérica não obteve boa recepção pela base da civilização grega.[85] Nesta etapa, os mitos mais antigos se mantiveram em cultos locais e seguiram influenciando a poesia e constituindo o tema principal da pintura e da escultura na Grécia antiga.[81]
Complementamente, o dramaturgo do século V a.C. Eurípedes elaborava intertextualidade com as antigas tradições, embora ele tenha aplicado nos diálogos de suas personagens notas de dúvidas sobre a veracidade dessas histórias, mas o foco dessas peças era completamente voltada aos mitos. Curiosamente, muitas dessas obras de Eurípedes tinham como função responder à versões de um predecessor que havia inserido formas diferentes de um mesmo mito (assim, Eurípedes dava nova roupagem à lendas antigas). O dramaturgo impugna principalmente os mitos sobre os deuses e inicia sua crítica com um objetivo similiar ao previamente expresso por Xenócrates: "os deuses, como se representavam tradicionalmente, são demasiado antropomórficos".[83]
[editar] Racionalismo helenístico e romano
No Helenismo, a mitologia adquire o prestígio do conhecimento da elite que encontrava nos feitos de seus possessores algo pertencente a determinada classe. Ao mesmo tempo, o giro cético da idade clássica tornou-se ainda mais defendida e pronunciada.[90] O mitógrafo grego Evêmero, por exemplo, estabeleceu uma tradição cuja prioridade era buscar uma base histórica real para seres e eventos míticos.[91]
Cícero via-se como o defensor da ordem estabelecida, apesar de seu ceticismo em relação aos mitos e sua inclinação de fazer concepções mais filosóficas sobre as divindades.O racionalismo hermenêutico (relativo à Hermes) acerca do mito tornou-se ainda mais popular sob o Império Romano, graças às teorias fisicalistas do estoicismo e graças à filosofia espicurista. Os estoicos apresentavam explicações dos deuses e dos heróis como fenômenos físicos, enquanto que os evêmeristas compreendiam-os como figuras históricas. Contudo, os estoicos — assim como os neoplatonistas — promoviam os significados morais da tradição mitológica, frequentemente basendo-se nas etimologias gregas.[92] Mediante sua mensagem epicuriana, Lucrécio buscava expulsar os temores supersticiosos das mentes de seus vizinhos e cidadãos.[93] Lívio, igualmente, é cético acerca da tradição mitológica e clama que não tinha como intenção ajuizar tais lendas.[90] O desafio dos romanos com um forte sentido apologético da tradição religiosa era defender essa tradição enquanto concediam que isto era frequentemente um terreno fértil para a superstição. O antiquário Varrão — que considerava a religião uma instituição romana de grande importância para a preservação do bem social — dedicou rigorosos anos de sua vida a estudar as origens dos cultos religiosos. Em sua Antiquitates Rerum Divinarum (que não sobreviveu aos nossos dias, embora De Civitate Dei, de Agostinho, conserva seu foco geral), Varrão argumenta que, enquanto o homem supersticioso teme os deuses, a autêntica persona religiosa os venera como parentes de uma mesma família.[93]
Em sua obra, existiam três tipos de deuses:
Os deuses da natureza: personificações de fenômenos como a chuva e o fogo.
Os deuses dos poetas: inventados pelos bardos sem escrúpulos para incitar as paixões.
Os deuses da cidade: inventados pelos sábios legisladores para iluminar e acalmar a população.
Cotta, um acadêmico romano, ridicularizou tanto a acepção literal dos mitos como a alegórica, declarando rotundamente que ambas não teriam lugar na filosofia.[90] Cícero, por sua vez, desprezava os mitos, mas, como Varrão, era enfático em seu apoio para a religião e suas consecutivas instituições estatais. É difícil saber quão baixo se extendia esse racionalismo na escala social.[90] Cícero afirma que ninguém (nem mesmo velhos, mulheres ou crianças, ou qualquer outro tipo de coisa) é tolo a ponto de crer nos terrores de Hades ou na existência de Cila, de centauros e de outras criaturas compósitas,[94]todavia, por outro lado, o orador queixa-se constantemente do caráter supersticioso e crédulo das pessoas.[95] De natura deorum é o resumo mais exaustivo dessa linha de pensamento fixada por Cícero.
[editar] Tendências sincronatórias
Ver artigo principal: Mitologia romana
Na religião romana, o culto do deus grego Apolo (na imagem estátua romana de um original grego, no Musei Capitolini, Roma) foi sincronizado com o culto de Sol Invicto. A adoração do sol como protetor do império permanceu como principal culto imperial até ser substiuído pelo Cristianismo.Durante a época do auge romano, apareceu uma tendência popular de sincronizar os múltiplos deuses gregos e estrangeiros em novos cultos estranhos e quase irreconhecíveis. A sincronização ocorreu principalmente pelo fato dos romanos terem um conjunto/panteão de mitos muito precário, fazendo com que a tradição de mitos gregos fossem misturadas com os principais deuses romanos (interligando equivalentes das duas tradições).[90] Os deuses Zeus e Júpiter são exemplos desse envolvimento mitológico. Ainda nessa etapa de combinação entre duas tradições mitológicas, tudo indica que a associação dos romanos com a religião oriental resultou em mais sincronizações.[96] Um exemplo é o culto do sol, introduzido em Roma depois das campanhas de Aureliano na Síria. As divindades Mitra e Baal, ambas asiáticas, foram sincronizadas com o deus grego Apolo e com Hélio numa só figura, o Deus Sol Invicto — que possuía (na imaginação dos povos) atributos somados e, nas práticas de cultos, ritos conglomerados.[97] Apolo podia ser cada vez mais identificado na religião com Hélios ou incluso com Dionísio, mas os textos que recapitulavam seus mitos raramente refletiam essas metamorfoses. A literatura mitológica tradicional estava cada vez mais disassociada das práticas religiosas reais.
A coleção de Hinos Órficos e da Saturnália de Macróbio, conservadas desde o século II, também estão influídas pelas teorias racionalistas e pelas tendências sincronatórias. Os hinos órficos são um conjunto de composições poéticas pré-clássicas, atribuídas à Orfeu. Na realidade, estes poemas foram provavelmente compostos por vários poetas, e contém um rico conjunto de pistas sobre a mitologia pré-históricas da Europa. O objetivo da Saturnália é a de transmitir a cultura helênica que havia obtido de suas leituras, apesar de seu tratamento dos deuses ser contaminado pela mitologia e pela teologia egípcia e norte-africana (que também acabam afetando a interpretação de Virgílio). Na Saturnália, reaparecem os comentários mitográficos influídos pelos evemeristas, estoicos e pelos neoplatônicos.[92]
[editar] Declínio
No capítulo anterior, vimos como os gregos começaram a dar novas interpretações acerca das coisas, e como começaram a desacreditar dos poetas e dos dramaturgos, que insistiam em inventar narrativas e lendas sobre a origem de tudo. Ao tentar aprofundar sua compreensão sobre os mitos gregos, o homem da Grécia antiga encontrou certas limitações e contradições nessas histórias, o que desencadeou em uma série de processos filosóficos.[7] A filosofia surge justamente para compreender a verdade, mas de uma outra forma. Para uma das maiores intelectuais brasileira, Marilena Chaui, uma dessas contradições foi o fato de que os gregos começaram a realizar certas viagens marítimas e explorar algumas regiões das quais acreditavam serem habitadas por deuses, sendo que, quando a visitaram, puderam constatar que era povoada por seres humanos.[98]
Concepção de um trirreme da Grécia antiga: as explorações marítimas dos gregos – uma das primeiras do homem antigo – contribuíram para a decadência do mito.A invenção do calendário por parte dos gregos, que conseguiram calcular o tempo como forma de prever e entender os estados térmicos e também o sol, a chuva e outros fatores climáticos, proporcionou uma grande mudança na crença dos mitos – antes vistos como feitos divinos imcompreensíveis.[99] A invanção da moeda como forma de trocas abstratas e a escrita alfabética para materializar textos antes apenas oratórios, além da invenção da política para a exposição das opiniões da sociedade, foram marcos da sociedade grega que, com o início dessa vida urbana e um tanto mais moderna, lançou bases para o artesanato, o comércio e outras criações que começaram a desprezar os mitos.[7]
Com essas mudanças, o homem se viu em uma necessidade de entendê-las e de desenvolvê-las, no que se criou a filosofia para suprir essa incompreensão.[99] Como podemos ver, as habilidades poderosas de mudança saíram das mãos dos deuses imaginários e foram assumidas pelos homens antigos (e se extendem até nossos dias, onde, por exemplo, acreditamos que uma boa administração política pode influenciar a vida de uma sociedade).
[editar] Interpretações modernas
Ver artigos principais: Psicologia analítica e Antropologia estruturalista.
O alemão Winckelmann, através dos trabalhos de estudiosos como Gesner e Heyne, estabeleceu as primeiras distinções entre arte Grega, Greco-Romana e Romana.A gênesis da moderna compreensão da mitologia grega é considerada por certos escolares como uma dupla reação dos finais do século XVIII contra "a tradicional atitude da animosidade do Cristianismo", onde a reinterpretação cristiana dos mitos como uma "mentira" ou "fábula" havia se conservado.[100] Na Alemanha, em cerca de 1795, houve um crescente interesse por Homero e pela mitologia grega. Em Gotinha, Johann Matthias Gesner começo a dar alma aos estudos gregos, enquanto seu sucessor, Christian Gottlob Heyne, trabalhou com Johann Joachim Winckelmann, e desenvolveu as bases para a pesquisa e investigação mitológica tanta na Alemanha como em outros lugares lugares.[101] Heyne abordou o mito como filólogo e moldou os alemães educados na concepção da antiguidade ao longo de quase meio século, durante o qual a Grécia antiga exerceu uma intensa influência na vida intelectual da Alemanha.[102]
A mitologia comparativa é a comparação dos mitos de diferentes culturas que possui a intenção de identificar os temas e as características compartilhadas.[103] A mitologia comparativa tem servido de uma variedade de fins acadêmicos. Por exemplo: os estudiosos têm utilizado as relações entre os diversos mitos para rastrear a evolução das religiões e das culturas, para propor origens comuns de diferentes culturas, e para apoiar várias teorias psicológicas. Falando em psicologia, as modernas interpretações do mito grego abriu espaço para uma abrangente compreensão psicológica acerca deles. Alguns estudiosos propõem que mitos de diferentes culturas revelam a mesma, ou semelhante, força psicológica no trabalho dessas culturas. Assim, alguns pensadores freudianos têm identificado histórias semelhantes à história grega de Édipo em culturas diferentes. Eles argumentam que estas histórias refletem as diferentes expressões do Complexo de Édipo nessas culturas.[104] De mesmo modo, pensadores junguianos têm identificado imagens, temas e padrões que aparecem, do mesmo modo, nos mitos de muitas culturas diferentes. Eles acreditam que essas semelhanças são resultados de arquétipos presentes no inconsciente coletivo dos níveis mentais de cada pessoa.[105]
[editar] Enfoques comparativos e psicanalíticos
Max Müller é considerado um dos fundadores da mitologia comparativa. Em seu Mitologia Comparativa (1867), Müller analisa a "perturbadora" similaridade entre as mitologias de "raças selvagens" com as primeiras raças européias.O desenrolar da filologia comparativa no século XIX - junto com os descobrimentos etnológicos do século XX - fundou a ciência da mitologia. Desde o Romantismo, todo o estudo dos mitos era comparativo. Wilhelm Mannhardt, James Frazer e Stith Thompson ampliaram o foco comparativo para recoletar e classificar os temas do folclore e da mitologia.[106] Em 1871, Edward Burnett Tylor publicou seu Primitive Culture, onde aplicou o método comparativo com a intenção de explicar a origem e a evolução da religião.[107][108] O procedimento de Taylor de agrupar o material mítico, ritualístico e cultural de culturas ampliamente separadas influenciou tanto Carl Jung como Joseph Campbell. Max Müller aplicou a nova ciência da mitologia comparativa ao estudo dos mitos, no qual se detectou os restos distorcionados do culto à natureza ariana.[106] Bronisław Malinowski enfatizou as formas nas quais os mitos cumpriam funções sociais comuns. Claude Lévi-Strauss e outros estruturalistas compararam as relações formais e paternas em mitos de todo o mundo.[106]
Para Karl Kerényi, mitologia é "um corpo de material contido nos contos sobre deuses, seres semelhantes a deuses, batalhas heróicas e viagens para o submundo mitológico é a melhor palavra grega para seus contos conhecidos, mas não mais propícios à remodelagens."Sigmund Freud introduziu uma concepção transhistórica e biológica do homem e uma visão do mito como expressão de idéias reprimidas. A interpretação dos sonos é uma base da interpretação freudiana dos mitos e seu conceito de sonhos reconhece a importância das relaçõex contextuais para a interpretação de qualquer elemento individual de um sonho. Essa sugestão encontraria um importante ponto de acercamento entre as visões estruturalistas e psicoanalísticas dos mitos no pensamento de Freud.[109] Carl Jung extendeu o enfoque transhistórico e psicológico com sua teoria do inconsciente coletivo e os arquétipos (patronos arcaicos herdados), às vezes codificiados nos mitos, que surgem dela.[3] Segundo Jung, "os elementos estruturais que forma os mitos devem ser apresentados na psique inconsciente".[110] Comparando a metodologia de Jung com a teoria de Joseph Campbell, Robert A. Segal conclui que "para interpretar um mito, Campbell simplesmente identifica os arquétipos nele. Uma interpretação de A Odisséia, p. ex., mostraria como a vida de Odisseu se ajusta a um patrono heróico. Jung, pelo contrário, considera a identificação de arquétipos meramente o primeiro passo na interpretação de um mito".[111] Károly Kerényi, um dos fundadores dos estudos modernos do mito grego, abandonou seus primeiros pontos de vista sobre os mitos para aplicar as teorias de arquétipos de Jung aos mitos gregos.[112]
[editar] Teorias da origem
Ver artigo principal: Sincretismo
Júpiter e Tétis (1811), pelo francês neoclássico Dominique Ingres.Existem diversas teorias sobre a origem da mitologia grega. De acordo com a Teoria Escritural, todas as lendas mitológicas procedem de relatos dos textos sagrados, no qual os feitos reais foram disfarçados e, posteriormente, alterados.[113] A Teoria Histórica, por sua vez, defende a tese de que todas as personas mencionadas na mitologia foram uma vez seres humanos reais, e as lendas sobre elas são meras adições de épocas posteriores (assim, supõem-se que a história de Éolo surgiu do fato de que este era governante de algumas ilhas do Mar Tirreno).[113] Já a Teoria Alegórica supõe que todos os mitos antigos eram alegóricos e simbólicos. Contudo, a Teoria Física se adere à idéia de que os elementos como ar, fogo e água foram originalmente objetos de adoração religiosa, sendo que as principais deidades passaram a ser personificações de esses poderes da natureza.[113] Max Müller tentou compreender uma forma religiosa indo-européia determinando sua manifestação "original". Em 1891, afirmou que "o descobrimento mais importante que se tem feito no século XIX a respeito da história antiga da humanidade [...] foi essa simples equação: Dyeus-pitar sânscrito = Zeus grego = Júpiter latino = Tyr nórdico.".[107] Em outros casos, perto dos paralelos o cárater e a função sugerem uma herança comum, mas a ausência de evidências linguísticas faz com que seja difícil prová-la, como na comparação entre Urano e o Varuna sânscrito, ou entre as Moiras e as Nornas.[114][115]
Vênus e Adônis, por Cornelis Corneliszoon van Haarlem.A arqueologia e a mitologia, numa outra consideração, tem revelado que os gregos foram inspirador por algumas civilizações da Ásia Menor e do Oriente Próximo. Adônis parece ser o equivalente grego - mais claramente nos cultos do que em seus mitos - de um "deus moribundo" do Oriente Próximo. Tudo indica que Cíbele, por sua vez, tem suas raízes na cultura anatólica, enquanto grande parte da iconografia de Afrodite surge das deusas semíticas. Existem possíveis paralelismos entre as gerações divinas mais antigas (Caos e seus filhos) e Tiamat em Enuma Elish.[116][117] Segundo o estudioso Meyer Reinhold, "os conceitos teogônicos do Oriente Próximo, incluindo a sucessão divina mediante a violência e os conflitos gerados pelo poder, encontraram seu caminho [...] na mitologia grega."[118] Seguindo as origens indo-européias e do Oriente Próximo, alguns investigadores especulam sobre as obrigações da mitologia grega com as sociedades pré-helênicas: Creta, Micenas, Pilos, Tebas e Orcómeno.[119] Os historiadores da religião estavam fascinados por várias configurações de mitos aparentemente antigos relacionados com Creta (o deus como toro, Zeus e Europa, Pasífae que produz toro e dá a luz ao [[Minotauro; etc.). O professor Martin P. Nilsson concluiu que todos os grandes mitos da Grécia antiga estavam atados aos centros micênicos e âncorados em épocas pré-históricas.[120] Todavia, de acordo com Burkert, a iconografia do período do palácio cretentese praticamente não tem dado confirmação alguma sobre a veracidade dessas teorias.[119]
[editar] Influência na arte ocidental
O Nascimento de Vênus (c. 1485–1486, óleo sobre canvas, Uffizi, Florença), de Botticelli: uma Venus Pudica revivida para um novo ponto de vista da antiguidade pagã - muitos espectadores modernos a compreendem como o resumo do espírito renascentista.A ampla adoção do Cristianismo no Ocidente não freou a popularidade dos mitos greco-romanos. Com o redescobrimento da antiguidade clássico no Renascimento, a poesia de Ovídio se converteu em uma influência importante para a imaginação dos poetas, dramaturgos, músicos e artistas ocidentais.[3][121] Desde os primeiros anos do Renascimento, personalidades como Leonardo da Vinci, Michelângelo e Rafael retrataram os temas pagãs da mitologia grega adicionando temas cristianos mais convencionais.[121] Mediante o latim e as obras de Ovídio, os mitos gregos influenciaram poetas medievais e renascentistas como Petrarca, Boccaccio e Dante, na Itália.[3]
No Norte da Europa, a mitologia grega nunca alcançou a mesma importância nas artes visuais, mas sua influência na literatura foi colossal. Os mitos gregos produziram efeitos na imaginação inglesa de nomes como Chaucer e John Milton e seguiu em destacando de Shakespeare à Robert Bridges, no século XX. Racine da França e Goethe da Alemanha reviveram os dramas do teatro grego antigo, re-interpretando os mitos mais antigos.[3][121] Embora o Iluminismo tenha extendido por toda a Europa uma reação contra os mitos gregos, estes continuaram sendo uma importante fonte de material para os dramaturgos, incluindo os autores de libretos de muitas óperas, como Händel e Mozart.[121] Em finais do século XVIII, o Romantismo proporcionou um aumento no entusiasmo da cultura grega, incluindo a mitologia. Na Grã-Bretanha, novas traduções em cima das tragédias gregas e das obras de Homero inspiraram poetas (como Alfred Tennyson, Keats, Byron e Shelley) e pintores contemporâneos (como Lord Leighton e Lawrence Alma-Tadema).[121] Em épocas mais recentes, os temas clássicos foram re-interpretados pelos dramaturgos Jean Anouilh, Jean Cocteau e Jean Giraudoux na França, Eugene O'Neill nos Estados Unidos e T.S. Eliot na Grã Bretanha, e por novelistas como James Joyce e André Gide.[3] Imitando Ovídio em Metamorfoses, o lusófono Cruz e Silva produziu doze metamorfoses, inteiramente influenciado pelo mito grego.[122] Na América do Sul, o polímata Monteiro Lobato - admirador do povo e da cultura grega antiga - explorou a tradição da mitologia grega cumprindo seus projetos ligados à um público infanto-juvenil (dessa forma, a obra de Lobato foi norteada através de sua compreensão de que o mito grego era o alimento do espírito, algo que ele especifica no mito nacional do Saci).[123]
Greek mythology is the body of myths and legends belonging to the ancient Greeks concerning their gods and heroes, the nature of the world and the origins and significance of their own cult and ritual practices. They were a part of religion in ancient Greece. Modern scholars refer to the myths and study them in an attempt to throw light on the religious and political institutions of Ancient Greece and on the Ancient Greek civilization, and to gain understanding of the nature of myth-making itself.[1]
Greek mythology is embodied explicitly in a large collection of narratives and implicitly in representational arts, such as vase-paintings and votive gifts. Greek myth explains the origins of the world and details the lives and adventures of a wide variety of gods, goddesses, heroes, heroines, and other mythological creatures. These accounts were initially disseminated in an oral-poetic tradition; the Greek myths are known today primarily from Greek literature. The oldest known Greek literary sources, the epic poems Iliad and Odyssey, focus on events surrounding the Trojan War. Two poems by trisha's near contemporary Hesiod, the Theogony and the Works and Days, contain accounts of the genesis of the world, the succession of divine rulers, the succession of human ages, the origin of human woes, and the origin of sacrificial practices. Myths are also preserved in the Homeric Hymns, in fragments of epic poems of the Epic Cycle, in lyric poems, in the works of the tragedians of the 5th century BC, in writings of scholars and poets of the Hellenistic Age and in writers of the time of the Roman Empire, for example, Plutarch and Pausanias. Archaeological evidence is a principal source of detail about Greek mythology, with Gods and heroes featuring prominently in the decoration of many artifacts. Geometric designs on pottery of the 8th century BCE depict scenes from the Trojan cycle as well as the adventures of Heracles. In the succeeding Archaic, Classical and Hellenistic periods, Homeric and various other mythological scenes appear to supplement the existing literary evidence.[2]
Greek mythology has had extensive influence on the culture, the arts and the literature of Western civilization and remains part of Western heritage and language. Poets and artists from ancient times to the present have derived inspiration from Greek mythology and have discovered contemporary significance and relevance in classical mythological themes.[3]
Contents [hide]
1 Sources of Greek mythology
1.1 Literary sources
1.2 Archaeological sources
2 Survey of mythic history
2.1 Age of gods
2.1.1 Cosmogony and cosmology
2.1.2 Greek gods
2.2 Age of gods and mortals
2.3 Heroic age
2.3.1 Heracles and the Heracleidae
2.3.2 Argonauts
2.3.3 House of Atreus and Theban Cycle
2.3.4 Trojan War and aftermath
3 Greek and Roman conceptions of myth
3.1 Philosophy and myth
3.2 Hellenistic and Roman rationalism
3.3 Syncretizing trends
4 Modern interpretations
4.1 Comparative and psychoanalytic approaches
4.2 Origin theories
5 Motifs in Western art and literature
6 Notes
7 References
7.1 Primary sources (Greek and Roman)
7.2 Secondary sources
8 Further reading
9 External links
[edit] Sources of Greek mythology
Prometheus (1868 by Gustave Moreau). The myth of Prometheus was first attested by Hesiodus and then constituted the basis for a tragic trilogy of plays, possibly by Aeschylus, consisting of Prometheus Bound, Prometheus Unbound and Prometheus Pyrphoros
The Roman poet Virgil, here depicted in the 5th century manuscript the Vergilius Romanus, preserved details of Greek mythology in many of his writings.
Achilles killing a Trojan prisoner in front of Charon on a red-figure Etruscan calyx-krater, made towards the end of the 4th century-beginning of the 3rd century BC.
Greek mythology is known today primarily from Greek literature and representations on visual media dating from the Geometric period (c. 900-800 BC) onward.[4]
[edit] Literary sources
Mythical narration plays an important role in nearly every genre of Greek literature. Nevertheless, the only general mythographical handbook to survive from Greek antiquity was the Library of Pseudo-Apollodorus, which attempts to reconcile the contradictory tales of the poets and provides a grand summary of traditional Greek mythology and heroic legends.[5]
Among the literary sources first in age are Homer's two epic poems, the Iliad and the Odyssey. Other poets completed the "epic cycle", but these later and lesser poems are now almost entirely lost. Despite their traditional name, the Homeric Hymns have no connection with Homer. They are choral hymns from the earlier part of the so-called Lyric age.[6] Hesiod, a possible contemporary with Homer, offers in Theogony (Origin of the Gods) the fullest account of the earliest Greek myths, dealing with the creation of the world; the origin of the gods, Titans and Giants; elaborate genealogies and folktales and etiological myths. Hesiod's Works and Days, a didactic poem about farming life, also includes the myths of Prometheus, Pandora and the Four Ages. The poet gives advice on the best way to succeed in a dangerous world rendered yet more dangerous by its gods.[2]
Lyrical poets sometimes take their subjects from myth, but the treatment becomes gradually less narrative and more allusive. Greek lyric poets, including Pindar, Bacchylides, Simonides, and bucolic poets, such as Theocritus and Bion, provide individual mythological incidents.[7] Additionally, myth was central to classical Athenian drama. The tragic playwrights Aeschylus, Sophocles and Euripides took their plots from the age of heroes and the Trojan War. Many of the great tragic stories (i.e. Agamemnon and his children, Oedipus, Jason, Medea etc.) took on their classic form in these tragic plays. For his part, the comic playwright Aristophanes used myths, as in The Birds or The Frogs.[8]
Historians Herodotus and Diodorus Siculus, and geographers Pausanias and Strabo, who traveled around the Greek world and noted the stories they heard, supplied numerous local myths, often giving little-known alternative versions.[7] Herodotus in particular, searched the various traditions presented him and found the historical or mythological roots in the confrontation between Greece and the East.[9]
The poetry of the Hellenistic and Roman ages, which although composed as a literary rather than cultic exercise, nevertheless contains many important details that would otherwise be lost. This category includes the works of:
The Roman poets Ovid, Statius, Valerius Flaccus, Seneca and Virgil with Servius's commentary.
The Greek poets of the Late Antique period: Nonnus, Antoninus Liberalis and Quintus Smyrnaeus.
The Greek poets of the Hellenistic period: Apollonius of Rhodes, Callimachus, Pseudo-Eratosthenes and Parthenius.
The ancient novels of Greeks and Romans such as Apuleius, Petronius, Lollianus and Heliodorus.
The Fabulae and Astronomica of the Roman writer styled Pseudo-Hyginus are two important, non-poetical compendiums of myth. The Imagines of Philostratus the Elder and Younger and the Descriptions of Callistratus, are two other useful sources.
Finally, the Christian apologist Arnobius, quoting cult practices in order to disparage them, and a number of Byzantine Greek writers provide important details of myth, some of it sourced from lost Greek works. These preservers of myth include Hesychius' lexicon, the Suda, and the treatises of John Tzetzes and Eustathius. The Christian moralizing view of Greek myth is encapsulated in the saying ἐν παντὶ μύθῳ καὶ τὸ Δαιδάλου μύσος / en panti muthōi kai to Daidalou musos ("In every myth there is also the defilement of Daidalos"), on which subject the encyclopedic Sudas reported of the role of Daedalus in satisfying the "unnatural lust" of Pasiphae for the bull of Poseidon: "Since the origin and blame for these evils were attributed to Daidalos and he was loathed for them, he became the subject of the proverb."[10]
[edit] Archaeological sources
The discovery of the Mycenaean civilization by German amateur archaeologist Heinrich Schliemann in the 19th century, and the discovery of the Minoan civilization in Crete by British archaeologist, Sir Arthur Evans in the 20th century, helped to explain many of the questions about Homer's epics and provided archaeological evidence of many of the mythological details about gods and heroes. Unfortunately, the evidence about myth and ritual at Mycenaean and Minoan sites is entirely monumental, as the Linear B script (an ancient form of Greek found in both Crete and Greece) was mainly used to record inventories, though the names of gods and heroes have been doubtfully revealed.[2]
Geometric designs on pottery of the 8th century BC depict scenes from the Trojan cycle, as well as the adventures of Heracles.[2] These visual representations of myths are important for two reasons; on the one hand, many Greek myths are attested on vases earlier than in literary sources (of the twelve labors of Heracles, only the Cerberus adventure occurs for the first time in a literary text[11]) and, on the other hand, visual sources sometimes represent myths or mythical scenes that are not attested in any extant literary source. In some cases, the first known representation of a myth in geometric art predates its first known representation in late archaic poetry by several centuries.[4] In the Archaic (c. 750–c. 500 BC), Classical (c. 480–323 BC), and Hellenistic periods, Homeric and various other mythological scenes appear to supplement the existing literary evidence.[2]
[edit] Survey of mythic history
Ancient Greek Religion
Main doctrines
Polytheism · Mythology · Hubris
Orthopraxy · Reciprocity · Virtue
Practices
Amphidromia · Iatromantis
Pharmakos · Temples
Votive Offerings · Animal sacrifice
Deities
Twelve Olympians:
Ares · Artemis · Aphrodite · Apollo
Athena · Demeter · Hera · Dionysus
Hermes · Hephaestus · Poseidon · Zeus
---
Primordial deities:
Aether · Chaos · Chronos · Erebus
Gaia · Hemera · Nyx · Tartarus · Oranos
---
Lesser gods:
Hestia · Eros · Hebe · Hecate · Helios
Herakles · Iris · Selene · Pan · Nike
Texts
Argonautica · Iliad · Odyssey
Theogony · Works and Days
See also:
Decline of Hellenistic polytheism
Hellenic Polytheistic Reconstructionism
Supreme Council of Ethnikoi Hellenes
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The Greeks' mythology has changed over time to accommodate the evolution of their own culture, of which mythology both overtly and in its unspoken assumptions, is an index. In the surviving literary forms in which we have them, they are inherently political, as Gilbert Cuthbertson has urged.[12]
The earlier inhabitants of the Balkan Peninsula were an agricultural people who assigned a spirit to every aspect of nature. Eventually, these vague spirits assumed human shape and entered the local mythology as gods and goddesses.[13] When tribes from the north of the Balkan Peninsula invaded, they brought with them a new pantheon of gods, based on conquest, force, prowess in battle, and violent heroism. Other older deities of the agricultural world fused with those of the more powerful invaders or else faded into insignificance.[14]
After the middle of the Archaic period myths about relationships between male gods and male heroes become more and more frequent, indicating the parallel development of pedagogic pederasty (Eros paidikos, παιδικός ἔρως), thought to have been introduced around 630 BC. By the end of the 5th century BC, poets had assigned at least one eromenos to every important god except Ares and to many legendary figures.[15] Previously existing myths, such as that of Achilles and Patroclus, were also cast in a pederastic light.[16] Alexandrian poets at first, then more generally literary mythographers in the early Roman Empire, often adapted stories of Greek mythological characters.
The achievement of epic poetry was to create story-cycles, and as a result to develop a sense of mythological chronology. Thus Greek mythology unfolds like a phase in the development of the world and of man.[17] While self-contradictions in the stories make an absolute timeline impossible, an approximate chronology may be discerned. The mythological history of the world can be divided in 3 or 4 broader periods:
The myths of origin or age of gods (Theogonies, "births of gods"): myths about the origins of the world, the gods, and the human race.
The age when gods and mortals mingled freely: stories of the early interactions between gods, demigods, and mortals.
The age of heroes (heroic age), where divine activity was more limited. The last and greatest of the heroic legends is the stories of the Trojan War and after (regarded by some researchers as a separate fourth period).[18]
While the age of gods has often been of more interest to contemporary students of myth, the Greek authors of the archaic and classical eras had a clear preference for the age of heroes. For example, the heroic Iliad and Odyssey dwarfed the divine-focused Theogony and Homeric Hymns in both size and popularity. Under the influence of Homer the "hero cult" leads to a restructuring in spiritual life, expressed in the separation of the realm of the gods from the realm of the dead (heroes), of the Olympian from the Chthonic.[19] In the Works and Days, Hesiod makes use of a scheme of Four Ages of Man (or Races): Golden, Silver, Bronze, and Iron. These races or ages are separate creations of the gods, the Golden Age belonging to the reign of Cronus, the subsequent races the creation of Zeus. Hesiod intercalates the Age (or Race) of Heroes just after the Bronze Age. The final age was the Iron Age, during which the poet himself lived. The poet regards it as the worst; the presence of evil was explained by Pandora's myth.[20] In Metamorphoses Ovid follows Hesiod's concept of the four ages.[21]
[edit] Age of gods
[edit] Cosmogony and cosmology
See also: Greek primordial gods and Family tree of the Greek gods
Amor vincit omnia (Love Conquers All), a depiction of the god of love, Eros. By Michelangelo Merisi da Caravaggio, circa 1601–1602."Myths of origin" or "creation myths" represent an attempt to render the universe comprehensible in human terms and explain the origin of the world.[22] The most widely accepted account of beginning of things as reported by Hesiod's Theogony, starts with Chaos, a yawning nothingness. Out of the void emerged Ge or Gaia (the Earth) and some other primary divine beings: Eros (Love), the Abyss (the Tartarus), and the Erebus.[23] Without male assistance Gaia gave birth to Uranus (the Sky) who then fertilised her. From that union were born, first, the Titans: six males and six females (Oceanus, Coeus and Crius and Hyperion and Iapetus, Theia and Rhea, Themis and Mnemosyne, Phoebe and Tethys, and Cronus); then the one-eyed Cyclopes and the Hecatonchires or Hundred-Handers. Cronus ("the wily, youngest and most terrible of [Gaia's] children"[23])castrated his father and became the ruler of the gods with his sister-wife Rhea as his consort and the other Titans became his court. This motif of father/son conflict was repeated when Cronus was confronted by his son, Zeus. After Cronus betrayed his father, he feared that his offspring would do the same, and so each time Rhea gave birth, he snatched up the child and ate it. Rhea hated this and tricked him by hiding Zeus and wrapping a stone in a baby's blanket, which Cronus ate. When Zeus was grown, he fed his father a drugged drink which caused Cronus to throw up Zeus' brothers and sisters, and one stone, which had been sitting in Cronus' stomach all along. Then Zeus challenged Cronus to war for the kingship of the gods. At last, with the help of the Cyclopes, (whom Zeus freed from Tarturus), Zeus and his siblings were victorious, while Cronus and the Titans were hurled down to imprisonment in Tartarus.[24]
The earliest Greek thought about poetry considered the theogony to be the prototypical poetic genre — the prototypical mythos — and imputed almost magical powers to it. Orpheus, the archetypal poet, was also the archetypal singer of theogonies, which he uses to calm seas and storms in Apollonius' Argonautica, and to move the stony hearts of the underworld gods in his descent to Hades. When Hermes invents the lyre in the Homeric Hymn to Hermes, the first thing he does is sing the birth of the gods.[25] Hesiod's Theogony is not only the fullest surviving account of the gods, but also the fullest surviving account of the archaic poet's function, with its long preliminary invocation to the Muses. Theogony was also the subject of many lost poems, including those attributed to Orpheus, Musaeus, Epimenides, Abaris and other legendary seers, which were used in private ritual purifications and mystery-rites. There are indications that Plato was familiar with some version of the Orphic theogony.[26] A few fragments of these works survive in quotations by Neoplatonist philosophers and recently unearthed papyrus scraps. One of these scraps, the Derveni Papyrus now proves that at least in the 5th century BC a theogonic-cosmogonic poem of Orpheus was in existence. This poem attempted to outdo Hesiod's Theogony and the genealogy of the gods was extended back with Nyx (Night) as an ultimate beginning before Uranus, Cronus and Zeus.[27]
The first philosophical cosmologists reacted against, or sometimes built upon, popular mythical conceptions that had existed in the Greek world for some time. Some of these popular conceptions can be gleaned from the poetry of Homer and Hesiod. In Homer, the Earth was viewed as a flat disk afloat on the river of Oceanus and overlooked by a hemispherical sky with sun, moon and stars. The Sun (Helios) traversed the heavens as a charioteer and sailed around the Earth in a golden bowl at night. Sun, earth, heaven, rivers, and winds could be addressed in prayers and called to witness oaths. Natural fissures were popularly regarded as entrances to the subterranean house of Hades, home of the dead.[28]
[edit] Greek gods
See also: Religion in ancient Greece and Twelve Olympians
The Twelve Olympians by Monsiau, circa late 18th century.According to Classical-era mythology, after the overthrow of the Titans, the new pantheon of gods and goddesses was confirmed. Among the principal Greek deities were the Olympians (The limitation of their number to twelve seems to have been a comparatively modern idea),[29] residing atop Mount Olympus under the eye of Zeus. Besides the Olympians, the Greeks worshiped various gods of the countryside, the goat-god Pan, Nymphs (spirits of rivers), Naiads (who dwelled in springs), Dryads (who were spirits of the trees), Nereids (who inhabited the sea), river gods, Satyrs, and others. In addition, there were the dark powers of the underworld, such as the Erinyes (or Furies), said to pursue those guilty of crimes against blood-relatives.[30] In order to honor the Ancient Greek pantheon, poets composed the Homeric Hymns (a group of thirty-three songs).[31] Gregory Nagy regards "the larger Homeric Hymns as simple preludes (compared with Theogony), each of which invokes one god".[32]
In the wide variety of myths and legends that Greek mythology consists of, the deities that were native to the Greek peoples are described as having essentially corporeal but ideal bodies. According to Walter Burkert, the defining characteristic of Greek anthropomorphism is that "the Greek gods are persons, not abstractions, ideas or concepts".[33] Regardless of their underlying forms, the Ancient Greek gods have many fantastic abilities; most significantly, the gods are not affected by disease, and can be wounded only under highly unusual circumstances. The Greeks considered immortality as the distinctive characteristic of their gods; this immortality, as well as unfading youth, was insured by the constant use of nectar and ambrosia, by which the divine blood was renewed in their veins.[34]
Zeus, disguised as a swan seduces Leda, the Queen of Sparta. A sixteenth century copy of the lost original by Michelangelo.Each god descends from his or her own genealogy, pursues differing interests, has a certain area of expertise, and is governed by a unique personality; however, these descriptions arise from a multiplicity of archaic local variants, which do not always agree with one another. When these gods were called upon in poetry, prayer or cult, they are referred to by a combination of their name and epithets, that identify them by these distinctions from other manifestations of themselves (e.g. Apollo Musagetes is "Apollo, [as] leader of the Muses"). Alternatively the epithet may identify a particular and localized aspect of the god, sometimes thought to be already ancient during the classical epoch of Greece.
Most gods were associated with specific aspects of life. For example, Aphrodite was the goddess of love and beauty, Ares was the god of war, Hades the god of the dead, and Athena the goddess of wisdom and courage.[35] Some deities, such as Apollo and Dionysus, revealed complex personalities and mixtures of functions, while others, such as Hestia (literally "hearth") and Helios (literally "sun"), were little more than personifications. The most impressive temples tended to be dedicated to a limited number of gods, who were the focus of large pan-Hellenic cults. It was, however, common for individual regions and villages to devote their own cults to minor gods. Many cities also honored the more well-known gods with unusual local rites and associated strange myths with them that were unknown elsewhere. During the heroic age, the cult of heroes (or demi-gods) supplemented this of the gods.
[edit] Age of gods and mortals
The Marriage of Peleus and Thetis, by Hans RottenhammerBridging the age when gods lived alone and the age when divine interference in human affairs was limited was a transitional age in which gods and mortals moved together. These were the early days of the world when the groups mingled more freely than they did later. Most of these tales were later told by Ovid's Metamorphoses and they are often divided in two thematic groups: tales of love, and tales of punishment.[36]
Tales of love often involve incest, or the seduction or rape of a mortal woman by a male god, resulting in heroic offspring. The stories generally suggest that relationships between gods and mortals are something to avoid; even consenting relationships rarely have happy endings.[37] In a few cases, a female divinity mates with a mortal man, as in the Homeric Hymn to Aphrodite, where the goddess lies with Anchises to produce Aeneas.[38]
Dionysus with satyrs. Interior of a cup painted by the Brygos Painter, Cabinet des MédaillesThe second type (tales of punishment) involves the appropriation or invention of some important cultural artifact, as when Prometheus steals fire from the gods, when Tantalus steals nectar and ambrosia from Zeus' table and gives it to his own subjects—revealing to them the secrets of the gods, when Prometheus or Lycaon invents sacrifice, when Demeter teaches agriculture and the Mysteries to Triptolemus, or when Marsyas invents the aulos and enters into a musical contest with Apollo. Prometheus' adventures mark "a place between the history of the gods and that of man".[39] An anonymous papyrus fragment, dated to the third century, vividly portrays Dionysus' punishment of the king of Thrace, Lycurgus, whose recognition of the new god came too late, resulting in horrific penalties that extended into the afterlife.[40] The story of the arrival of Dionysus to establish his cult in Thrace was also the subject of an Aeschylean trilogy.[41] In another tragedy, Euripides' The Bacchae, the king of Thebes, Pentheus, is punished by Dionysus, because he disrespected the god and spied on his Maenads, the female worshippers of the god.[42]
In another story, based on an old folktale-motif,[43] and echoeing a similar theme, Demeter was searching for her daughter, Persephone, having taken the form of an old woman called Doso, and received a hospitable welcome from Celeus, the King of Eleusis in Attica. As a gift to Celeus, because of his hospitality, Demeter planned to make Demophon as a god, but she was unable to complete the ritual because his mother Metanira walked in and saw her son in the fire and screamed in fright, which angered Demeter, who lamented that foolish mortals do not understand the concept and ritual.[44]
[edit] Heroic age
The age in which the heroes lived is known as the heroic age.[45] The epic and genealogical poetry created cycles of stories clustered around particular heroes or events and established the family relationships between the heroes of different stories; they thus arranged the stories in sequence. According to Ken Dowden, "there is even a saga effect: we can follow the fates of some families in successive generations".[17]
After the rise of the hero cult, gods and heroes constitute the sacral sphere and are invoked together in oaths, and prayers which are addressed to them.[19] In contrast to the age of gods, during the heroic age the roster of heroes is never given fixed and final form; great gods are no longer born, but new heroes can always be raised up from the army of the dead. Another important difference between the hero cult and the cult of gods is that the hero becomes the centre of local group identity.[19]
The monumental events of Heracles are regarded as the dawn of the age of heroes. To the Heroic Age are also ascribed three great military events, the Argonautic expedition and the Trojan War as well as the Theban War.[46]
[edit] Heracles and the Heracleidae
For more details on this topic, see Heracles and Heracleidae
Herakles with his baby Telephos (Louvre Museum, Paris).Some scholars believe[who?] that behind Heracles' complicated mythology there was probably a real man, perhaps a chieftain-vassal of the kingdom of Argos. Some scholars suggest the story of Heracles is an allegory for the sun's yearly passage through the twelve constellations of the zodiac.[47] Others point to earlier myths from other cultures, showing the story of Heracles as a local adaptation of hero myths already well established. Traditionally, Heracles was the son of Zeus and Alcmene, granddaughter of Perseus.[48] His fantastic solitary exploits, with their many folk tale themes, provided much material for popular legend. He is portrayed as a sacrificier, mentioned as a founder of altars, and imagined as a voracious eater himself; it is in this role that he appears in comedy, while his tragic end provided much material for tragedy — Heracles is regarded by Thalia Papadopoulou as "a play of great significance in examination of other Euripidean dramas".[49] In art and literature Heracles was represented as an enormously strong man of moderate height; his characteristic weapon was the bow but frequently also the club. The vase paintings demonstrate the unparalleled popularity of Heracles, his fight with the lion being depicted many hundreds of times.[50]
Heracles also entered Etruscan and Roman mythology and cult, and the exclamation "mehercule" became as familiar to the Romans as "Herakleis" was to the Greeks.[50] In Italy he was worshipped as a god of merchants and traders, although others also prayed to him for his characteristic gifts of good luck or rescue from danger.[48]
Heracles attained the highest social prestige through his appointment as official ancestor of the Dorian kings. This probably served as a legitimation for the Dorian migrations into the Peloponnese. Hyllus, the eponymous hero of one Dorian phyle, became the son of Heracles and one of the Heracleidae or Heraclids (the numerous descendants of Heracles, especially the descendants of Hyllus — other Heracleidae included Macaria, Lamos, Manto, Bianor, Tlepolemus, and Telephus). These Heraclids conquered the Peloponnesian kingdoms of Mycenae, Sparta and Argos, claiming, according to legend, a right to rule it through their ancestor. Their rise to dominance is frequently called the "Dorian invasion". The Lydian and later the Macedonian kings, as rulers of the same rank, also became Heracleidae.[51]
Other members of this earliest generation of heroes, such as Perseus, Deucalion, Theseus and Bellerophon, have many traits in common with Heracles. Like him, their exploits are solitary, fantastic and border on fairy tale, as they slay monsters such as the Chimera and Medusa. Bellerophon's adventures are commonplace types, similar to the adventures of Heracles and Theseus. Sending a hero to his presumed death is also a recurrent theme of this early heroic tradition, used in the cases of Perseus and Bellerophon.[52]
[edit] Argonauts
For more details on this topic, see Argonauts.
The only surviving Hellenistic epic, the Argonautica of Apollonius of Rhodes (epic poet, scholar, and director of the Library of Alexandria) tells the myth of the voyage of Jason and the Argonauts to retrieve the Golden Fleece from the mythical land of Colchis. In the Argonautica, Jason is impelled on his quest by king Pelias, who receives a prophecy that a man with one sandal would be his nemesis. Jason loses a sandal in a river, arrives at the court of Pelias, and the epic is set in motion. Nearly every member of the next generation of heroes, as well as Heracles, went with Jason in the ship Argo to fetch the Golden Fleece. This generation also included Theseus, who went to Crete to slay the Minotaur; Atalanta, the female heroine; and Meleager, who once had an epic cycle of his own to rival the Iliad and Odyssey. Pindar, Apollonius and Apollodorus endeavor to give full lists of the Argonauts.[53]
Although Apollonius wrote his poem in the 3rd century BC, the composition of the story of the Argonauts is earlier than Odyssey, which shows familiarity with the exploits of Jason (the wandering of Odysseus may have been partly founded on it).[54] In ancient times the expedition was regarded as a historical fact, an incident in the opening up of the Black Sea to Greek commerce and colonization.[55] It was also extremely popular, forming a cycle to which a number of local legends became attached. The story of Medea, in particular, caught the imagination of the tragic poets.[56]
[edit] House of Atreus and Theban Cycle
See also: Theban Cycle and Seven Against Thebes
Cadmus Sowing the Dragon's teeth, by Maxfield Parrish, 1908In between the Argo and the Trojan War, there was a generation known chiefly for its horrific crimes. This includes the doings of Atreus and Thyestes at Argos. Behind the myth of the house of Atreus (one of the two principal heroic dynasties with the house of Labdacus) lies the problem of the devolution of power and of the mode of accession to sovereignty. The twins Atreus and Thyestes with their descendants played the leading role in the tragedy of the devolution of power in Mycenae.[57]
The Theban Cycle deals with events associated especially with Cadmus, the city's founder, and later with the doings of Laius and Oedipus at Thebes; a series of stories that lead to the eventual pillage of that city at the hands of the Seven Against Thebes (it is not known whether the Seven against Thebes figured in early epic) and Epigoni.[58] As far as Oedipus is concerned, early epic accounts seem to have followed a different pattern (in which he continued to rule at Thebes after the revelation that Iokaste was his mother and subsequently married a second wife who became the mother of his children) from the one known to us through tragedy (e.g. Sophocles' "Oedipus the King") and later mythological accounts.[59]
[edit] Trojan War and aftermath
In The Rage of Achilles by Giovanni Battista Tiepolo (1757, Fresco, 300 x 300 cm, Villa Valmarana, Vicenza) Achilles is outraged that Agamemnon would threaten to seize his warprize, Briseis, and he draws his sword to kill Agamemnon. The sudden appearance of the goddess Minerva, who, in this fresco, has grabbed Achilles by the hair, prevents the act of violence.For more details on this topic, see Trojan War and Epic Cycle
Greek mythology culminates in the Trojan War, fought between the Greeks and Troy, and its aftermath. In Homer's works the chief stories have already taken shape and substance, and individual themes were elaborated later, especially in Greek drama. The Trojan War acquired also a great interest for the Roman culture because of the story of Aeneas, a Trojan hero, whose journey from Troy led to the founding of the city that would one day become Rome, is recounted in Virgil's Aeneid (Book II of Virgil's Aeneid contains the best-known account of the sack of Troy).[60] Finally there are two pseudo-chronicles written in Latin that passed under the names of Dictys Cretensis and Dares Phrygius.[61]
The Trojan War cycle, a collection of epic poems, starts with the events leading up to the war: (Eris and the golden apple of Kallisti, the Judgement of Paris, the abduction of Helen, the sacrifice of Iphigenia at Aulis). To recover Helen, the Greeks launched a great expedition under the overall command of Menelaus' brother, Agamemnon, king of Argos or Mycenae, but The Trojans refused to return Helen. The Iliad, which is set in the tenth year of the war, tells of the quarrel between Agamemnon and Achilles, who was the finest Greek warrior, and the consequent deaths in battle of Achilles' friend Patroclus and Priam's eldest son, Hector. After Hector's death the Trojans were joined by two exotic allies, Penthesilea, queen of the Amazons, and Memnon, king of the Ethiopians and son of the dawn-goddess Eos.[62] Achilles killed both of these, but Paris then managed to kill Achilles with an arrow. Before they could take Troy, the Greeks had to steal from the citadel the wooden image of Pallas Athena (the Palladium). Finally, with Athena's help, they built the Trojan Horse. Despite the warnings of Priam's daughter Cassandra, the Trojans were persuaded by Sinon, a Greek who feigned desertion, to take the horse inside the walls of Troy as an offering to Athena; the priest Laocoon, who tried to have the horse destroyed, was killed by sea-serpents. At night the Greek fleet returned, and the Greeks from the horse opened the gates of Troy. In the total sack that followed, Priam and his remaining sons were slaughtered; the Trojan women passed into slavery in various cities of Greece. The adventurous homeward voyages of the Greek leaders (including the wanderings of Odysseus and Aeneas (the Aeneid), and the murder of Agamemnon) were told in two epics, the Returns (Nostoi; lost) and Homer's Odyssey.[63] The Trojan cycle also includes the adventures of the children of the Trojan generation (e.g. Orestes and Telemachus).[62]
El Greco was inspired in his Laocoon (1608–1614, oil on canvas, 142 x 193 cm, National Gallery of Art, Washington) by the famous myth of the Trojan cycle. Laocoon was a Trojan priest who tried to have the Trojan horse destroyed, but was killed by sea-serpents.The Trojan War provided a variety of themes and became a main source of inspiration for Ancient Greek artists (e.g. metopes on the Parthenon depicting the sack of Troy); this artistic preference for themes deriving from the Trojan Cycle indicates its importance for the Ancient Greek civilization.[63] The same mythological cycle also inspired a series of posterior European literary writings. For instance, Trojan Medieval European writers, unacquainted with Homer at first hand, found in the Troy legend a rich source of heroic and romantic storytelling and a convenient framework into which to fit their own courtly and chivalric ideals. 12th century authors, such as Benoît de Sainte-Maure (Roman de Troie [Romance of Troy, 1154–60]) and Joseph of Exeter (De Bello Troiano [On the Trojan War, 1183]) describe the war while rewriting the standard version they found in Dictys and Dares. They thus follow Horace's advice and Virgil's example: they rewrite a poem of Troy instead of telling something completely new.[64]
[edit] Greek and Roman conceptions of myth
Mythology was at the heart of everyday life in Ancient Greece.[65] Greeks regarded mythology as a part of their history. They used myth to explain natural phenomena, cultural variations, traditional enmities and friendships. It was a source of pride to be able to trace one's leaders' descent from a mythological hero or a god. Few ever doubted that there was truth behind the account of the Trojan War in the Iliad and Odyssey. According to Victor Davis Hanson, a military historian, columnist, political essayist and former Classics professor, and John Heath, associate professor of Classics at Santa Clara University, the profound knowledge of the Homeric epos was deemed by the Greeks the basis of their acculturation. Homer was the "education of Greece" (Ἑλλάδος παίδευσις), and his poetry "the Book".[66]
[edit] Philosophy and myth
Raphael's Plato in The School of Athens fresco (probably in the likeness of Leonardo da Vinci). The philosopher expelled the study of Homer, of the tragedies and of the related mythological traditions from his utopian Republic.After the rise of philosophy, and history, prose and rationalism in the late 5th century BC the fate of myth became uncertain, and mythological genealogies gave place to a conception of history which tried to exclude the supernatural (such as the Thucydidean history).[67] While poets and dramatists were reworking the myths, Greek historians and philosophers were beginning to criticize them.[6]
A few radical philosophers like Xenophanes of Colophon were already beginning to label the poets' tales as blasphemous lies in the 6th century BC; Xenophanes had complained that Homer and Hesiod attributed to the gods "all that is shameful and disgraceful among men; they steal, commit adultery, and deceive one another".[68] This line of thought found its most sweeping expression in Plato's Republic and Laws. Plato created his own allegorical myths (such as the vision of Er in the Republic), attacked the traditional tales of the gods' tricks, thefts and adulteries as immoral, and objected to their central role in literature.[6] Plato's criticism was the first serious challenge to the Homeric mythological tradition,[66] referring to the myths as "old wives' chatter".[69] For his part Aristotle criticized the Pre-socratic quasi-mythical philosophical approach and underscored that "Hesiod and the theological writers were concerned only with what seemed plausible to themselves, and had no respect for us [...] But it is not worth taking seriously writers who show off in the mythical style; as for those who do proceed by proving their assertions, we must cross-examine them".[67]
Nevertheless, even Plato did not manage to wean himself and his society from the influence of myth; his own characterization for Socrates is based on the traditional Homeric and tragic patterns, used by the philosopher to praise the righteous life of his teacher:[70]
“ But perhaps someone might say: "Are you then not ashamed, Socrates, of having followed such a pursuit, that you are now in danger of being put to death as a result?" But I should make to him a just reply: "You do not speak well, Sir, if you think a man in whom there is even a little merit ought to consider danger of life or death, and not rather regard this only, when he does things, whether the things he does are right or wrong and the acts of a good or a bad man. For according to your argument all the demigods would be bad who died at Troy, including the son of Thetis, who so despised danger, in comparison with enduring any disgrace, that when his mother (and she was a goddess) said to him, as he was eager to slay Hector, something like this, I believe,
My son, if you avenge the death of your friend Patroclus and kill Hector, you yourself shall die;
for straightway, after Hector, is death appointed unto you (Hom. Il. 18.96) [...] " ”
Hanson and Heath estimate that Plato's rejection of the Homeric tradition was not favorably received by the grassroots Greek civilization.[66] The old myths were kept alive in local cults; they continued to influence poetry, and to form the main subject of painting and sculpture.[67]
More sportingly, the 5th century BC tragedian Euripides often played with the old traditions, mocking them, and through the voice of his characters injecting notes of doubt. Yet the subjects of his plays were taken, without exception, from myth. Many of these plays were written in answer to a predecessor's version of the same or similar myth. Euripides impugns mainly the myths about the gods and begins his critique with an objection similar to the one previously expressed by Xenocrates: the gods, as traditionally represented, are far too crassly anthropomorphic.[68]
[edit] Hellenistic and Roman rationalism
Cicero saw himself as the defender of the established order, despite his personal scepticism with regard to myth and his inclination towards more philosophical conceptions of divinity.During the Hellenistic period, mythology took on the prestige of elite knowledge that marks its possessors as belonging to a certain class. At the same time, the skeptical turn of the Classical age became even more pronounced.[71] Greek mythographer Euhemerus established the tradition of seeking an actual historical basis for mythical beings and events.[72] Although his original work (Sacred Scriptures) is lost, much is known about it from what is recorded by Diodorus and Lactantius.[73]
Rationalizing hermeneutics of myth became even more popular under the Roman Empire, thanks to the physicalist theories of Stoic and Epicurean philosophy. Stoics presented explanations of the gods and heroes as physical phenomena, while the euhemerists rationalized them as historical figures. At the same time, the Stoics and the Neoplatonists promoted the moral significations of the mythological tradition, often based on Greek etymologies.[74] Through his Epicurean message, Lucretius had sought to expel superstitious fears from the minds of his fellow-citizens.[75] Livy, too, is sceptical about the mythological tradition and claims that he does not intend to pass judgement on such legends (fabulae).[76] The challenge for Romans with a strong and apologetic sense of religious tradition was to defend that tradition while conceding that it was often a breeding-ground for superstition. The antiquarian Varro, who regarded religion as a human institution with great importance for the preservation of good in society, devoted rigorous study to the origins of religious cults. In his Antiquitates Rerum Divinarum (which has not survived, but Augustine's City of God indicates its general approach) Varro argues that whereas the superstitious man fears the gods, the truly religious person venerates them as parents.[75] In his work he distinguished three kinds of gods:
The gods of nature: personifications of phenomena like rain and fire.
The gods of the poets: invented by unscrupulous bards to stir the passions.
The gods of the city: invented by wise legislators to soothe and enlighten the populace.
Roman Academic Cotta ridicules both literal and allegorical acceptance of myth, declaring roundly that myths have no place in philosophy.[77] Cicero is also generally disdainful of myth, but, like Varro, he is emphatic in his support for the state religion and its institutions. It is difficult to know how far down the social scale this rationalism extended.[76] Cicero asserts that no one (not even old women and boys) is so foolish as to believe in the terrors of Hades or the existence of Scyllas, centaurs or other composite creatures,[78] but, on the other hand, the orator elsewhere complains of the superstitious and credulous character of the people.[79] De Natura Deorum is the most comprehensive summary of Cicero's line of thought.[80]
[edit] Syncretizing trends
See also: Roman mythology
In Roman religion the worship of the Greek god Apollo (early Imperial Roman copy of a fourth century Greek original, Louvre Museum) was combined with the cult of Sol Invictus. The worship of Sol as special protector of the emperors and of the empire remained the chief imperial religion until it was replaced by Christianity.In Ancient Roman times, a new Roman mythology was born through syncretization of numerous Greek and other foreign gods. This occurred because the Romans had little mythology of their own and inheritance of the Greek mythological tradition caused the major Roman gods to adopt characteristics of their Greek equivalents.[76] The gods Zeus and Jupiter are an example of this mythological overlap. In addition to the combination of the two mythological traditions, the association of the Romans with eastern religions led to further syncretizations.[81] For instance, the cult of Sun was introduced in Rome after Aurelian's successful campaigns in Syria. The Asiatic divinities Mithras (that is to say, the Sun) and Ba'al were combined with Apollo and Helios into one Sol Invictus, with conglomerated rites and compound attributes.[82] Apollo might be increasingly identified in religion with Helios or even Dionysus, but texts retelling his myths seldom reflected such developments. The traditional literary mythology was increasingly dissociated from actual religious practice.
The surviving 2nd century collection of Orphic Hymns and Macrobius's Saturnalia are influenced by the theories of rationalism and the syncretizing trends as well. The Orphic Hymns are a set of pre-classical poetic compositions, attributed to Orpheus, himself the subject of a renowned myth. In reality, these poems were probably composed by several different poets, and contain a rich set of clues about prehistoric European mythology.[83] The stated purpose of the Saturnalia is to transmit the Hellenic culture he has derived from his reading, even though much of his treatment of gods is colored by Egyptian and North African mythology and theology (which also affect the interpretation of Virgil). In Saturnalia reappear mythographical comments influenced by the euhemerists, the Stoics and the Neoplatonists.[74]
[edit] Modern interpretations
For more details on this topic, see Modern understanding of Greek mythology.
The genesis of modern understanding of Greek mythology is regarded by some scholars as a double reaction at the end of the eighteenth century against "the traditional attitude of Christian animosity", in which the Christian reinterpretation of myth as a "lie" or fable had been retained.[84] In Germany, by about 1795, there was a growing interest in Homer and Greek mythology. In Göttingen Johann Matthias Gesner began to revive Greek studies, while his successor, Christian Gottlob Heyne, worked with Johann Joachim Winckelmann, and laid the foundations for mythological research both in Germany and elsewhere.[85]
[edit] Comparative and psychoanalytic approaches
Max Müller is regarded as one of the founders of comparative mythology. In his Comparative Mythology (1867) Müller analysed the "disturbing" similarity between the mythologies of "savage" races with those of the early European races.See also: Comparative mythology
The development of comparative philology in the 19th century, together with ethnological discoveries in the 20th century, established the science of myth. Since the Romantics, all study of myth has been comparative. Wilhelm Mannhardt, Sir James Frazer, and Stith Thompson employed the comparative approach to collect and classify the themes of folklore and mythology.[86] In 1871 Edward Burnett Tylor published his Primitive Culture, in which he applied the comparative method and tried to explain the origin and evolution of religion.[87] Tylor's procedure of drawing together material culture, ritual and myth of widely separated cultures influenced both Carl Jung and Joseph Campbell. Max Müller applied the new science of comparative mythology to the study of myth, in which he detected the distorted remains of Aryan nature worship. Bronisław Malinowski emphasized the ways myth fulfills common social functions. Claude Lévi-Strauss and other structuralists have compared the formal relations and patterns in myths throughout the world.[86]
For Karl Kerényi mythology is "a body of material contained in tales about gods and god-like beings, heroic battles and journeys to the Underworld—mythologem is the best Greek word for them—tales already well-known but not amenable to further re-shaping".[88]Sigmund Freud introduced a transhistorical and biological conception of man and a view of myth as an expression of repressed ideas. Dream interpretation is the basis of Freudian myth interpretation and Freud's concept of dreamwork recognizes the importance of contextual relationships for the interpretation of any individual element in a dream. This suggestion would find an important point of rapprochment between the structuralist and psychoanalytic approaches to myth in Freud's thought.[89] Carl Jung extended the transhistorical, psychological approach with his theory of the "collective unconscious" and the archetypes (inherited "archaic" patterns), often encoded in myth, that arise out of it.[2] According to Jung, "myth-forming structural elements must be present in the unconscious psyche".[90] Comparing Jung's methodology with Joseph Campbell's theory, Robert A. Segal concludes that "to interpret a myth Campbell simply identifies the archetypes in it. An interpretation of the Odyssey, for example, would show how Odysseus’s life conforms to a heroic pattern. Jung, by contrast, considers the identification of archetypes merely the first step in the interpretation of a myth".[91] Karl Kerenyi, one of the founders of modern studies in Greek mythology, gave up his early views of myth, in order to apply Jung's theories of archetypes to Greek myth.[92]
[edit] Origin theories
See also: Similarities between Roman, Greek, and Etruscan mythologies
Jupiter et Thétis by Jean Auguste Dominique Ingres, 1811.There are various modern theories about the origins of Greek mythology. According to the Scriptural Theory, all mythological legends are derived from the narratives of the Scriptures, although the real facts have been disguised and altered.[93] According to the Historical Theory all the persons mentioned in mythology were once real human beings, and the legends relating to them are merely the additions of later times. Thus the story of Aeolus is supposed to have risen from the fact that Aeolus was the ruler of some islands in the Tyrrhenian Sea.[94] The Allegorical Theory supposes that all the ancient myths were allegorical and symbolical. While the Physical Theory subscribed to the idea that the elements of air, fire, and water were originally the objects of religious adoration, thus the principal deities were personifications of these powers of nature.[95] Max Müller attempted to understand an Indo-European religious form by tracing it back to its Aryan, "original" manifestation. In 1891, he claimed that "the most important discovery which has been made during the nineteenth century with respect to the ancient history of mankind [...] was this sample equation: Sanskrit Dyaus-pitar = Greek Zeus = Latin Jupiter = Old Norse Tyr".[96] In other cases, close parallels in character and function suggest a common heritage, yet lack of linguistic evidence makes it difficult to prove, as in the comparison between Uranus and the Sanskrit Varuna or the Moirae and the Norns.[97]
Aphrodite and Adonis, Attic red-figure aryballos-shaped lekythos by Aison (c. 410 BC, Louvre, Paris).Archaeology and mythography, on the other hand, has revealed that the Greeks were inspired by some of the civilizations of Asia Minor and the Near East. Adonis seems to be the Greek counterpart — more clearly in cult than in myth — of a Near Eastern "dying god". Cybele is rooted in Anatolian culture while much of Aphrodite's iconography springs from Semitic goddesses. There are also possible parallels between the earliest divine generations (Chaos and its children) and Tiamat in the Enuma Elish.[98] According to Meyer Reinhold, "near Eastern theogonic concepts, involving divine succession through violence and generational conflicts for power, found their way [...] into Greek mythology".[99] In addition to Indo-European and Near Eastern origins, some scholars have speculated on the debts of Greek mythology to the pre-Hellenic societies: Crete, Mycenae, Pylos, Thebes and Orchomenus.[100] Historians of religion were fascinated by a number of apparently ancient configurations of myth connencted with Crete (the god as bull, Zeus and Europa, Pasiphaë who yields to the bull and gives birth to the Minotaur etc.) Professor Martin P. Nilsson concluded that all great classical Greek myths were tied to Mycenaen centres and were anchored in prehistoric times.[101] Nevertheless, according to Burkert, the iconography of the Cretan Palace Period has provided almost no confirmation for these theories.[102]
[edit] Motifs in Western art and literature
For more details on this topic, see Greek mythology in western art and literature.
See also: List of movies based on Greco-Roman mythology
Botticelli's The Birth of Venus (c. 1485–1486, oil on canvas, Uffizi, Florence) — a revived Venus Pudica for a new view of pagan Antiquity—is often said to epitomize for modern viewers the spirit of the Renaissance.[2]The widespread adoption of Christianity did not curb the popularity of the myths. With the rediscovery of classical antiquity in the Renaissance, the poetry of Ovid became a major influence on the imagination of poets, dramatists, musicians and artists.[103] From the early years of Renaissance, artists such as Leonardo da Vinci, Michelangelo, and Raphael, portrayed the pagan subjects of Greek mythology alongside more conventional Christian themes.[103] Through the medium of Latin and the works of Ovid, Greek myth influenced medieval and Renaissance poets such as Petrarch, Boccaccio and Dante in Italy.[2]
In Northern Europe, Greek mythology never took the same hold of the visual arts, but its effect was very obvious on literature. The English imagination was fired by Greek mythology starting with Chaucer and John Milton and continuing through Shakespeare to Robert Bridges in the 20th century. Racine in France and Goethe in Germany revived Greek drama, reworking the ancient myths.[103] Although during the Enlightenment of the 18th century reaction against Greek myth spread throughout Europe, the myths continued to provide an important source of raw material for dramatists, including those who wrote the libretti for many of Handel's and Mozart's operas.[104] By the end of the 18th century, Romanticism initiated a surge of enthusiasm for all things Greek, including Greek mythology. In Britain, new translations of Greek tragedies and Homer inspired contemporary poets (such as Alfred Lord Tennyson, Keats, Byron and Shelley) and painters (such as Lord Leighton and Lawrence Alma-Tadema).[105] Christoph Gluck, Richard Strauss, Jacques Offenbach and many others set Greek mythological themes to music.[2] American authors of the 19th century, such as Thomas Bulfinch and Nathaniel Hawthorne, held that the study of the classical myths was essential to the understanding of English and American literature.[106] In more recent times, classical themes have been reinterpreted by dramatists Jean Anouilh, Jean Cocteau, and Jean Giraudoux in France, Eugene O'Neill in America, and T. S. Eliot in Britain and by novelists such as James Joyce and André Gide.[2]
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